Parece que a derrota para o Ceará ainda não foi bem digerida pelo Sport. O presidente do Leão, Luciano Bivar, entrou numa polêmica quando afirmou que pedirá a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) a quebra do sigilo fiscal e telefônico do árbitro Marcelo de Lima Henrique. Segundo Bivar, o juiz prejudicou o resultado e favoreceu a equipe cearense. O Sport perdeu por 4 x 1.
"Estou há mais de 30 anos no futebol e tenho certeza que existiu algo direcionado neste jogo. Quando, com dez minutos de partida, o juiz já tinha dado dois cartões amarelos para os meus jogadores, não tive dúvidas disso. Por isso, mandei um requerimento para a CBF pedindo a investigação do fato. Quero a quebra do sigilo fiscal e telefônico desse árbitro. Algo estranho aconteceu e temos que investigar", afirmou o presidente do Leão.
Para Luciano Bivar, a expulsão do zagueiro Oswaldo foi o estopim para que ele tomasse essa atitude.
"O menino não fez nada demais. Não deu um 'rapa' no jogador deles, não fez a falta e não desrespeitou o juiz. Ele (o árbitro) foi tendencioso", disse.
Ciente das declarações do presidente do time pernambucano, o árbitro Marcelo de Lima já informou que irá processar o mandatário rubro-negro.
"Minha Brasília amarela... Tá de portas abertas...” O automóvel eternizado na letra do grupo musical Mamonas Assassinas é a paixão do atleta Manoel Dionísio. Ao estilo do carro da banda, o ciclista de Floriano-PI, utiliza o transporte para viajar até os locais de competições de ciclismo. A ideia é chamar atenção para divulgar a modalidade esportiva.
Na versão piauiense, a Brasília de 1978 ganha o nome de “Pancadão”. E ao lado dele, Manoel fez mais uma aventura acompanhado de outros dois competidores: Luiz, de 43 anos, e Assuélio, de 27. O trio percorreu mais 100km para participar de um desafio de mountain bike no estado. Foram duas horas de viagem e o receio de ficar no prego.
Para entrar os três ciclistas, bagagens e as bicicletas, um jeitinho. Manoel improvisou dois canos de estacionamento e colocou sobre o automóvel. Devagar, devagar, devagar e sem muita pressa o grupo conseguiu chegar até o destino, a cidade de Oeiras, com um dia de antecedência. A preocupação de o carro parar no meio do caminho foi tanta que Manoel, Luiz e Assuélio resolveram cair na estrada com “uma margem de erro”. Eles têm os motivos. A Brasília amarela possui vazamento no motor, por isso, Manoel anda com dois litros de óleo na reserva.
"Com muito esforço deu tudo certo, devagarinho chegamos. Caso ela quebrasse, ainda teríamos o sábado para chegar, pois a competição foi no domingo. Sempre quando tem competição, vamos com ela. Já são seis competições juntos. Queria um automóvel popular, então comecei a pesquisar alguns. Como a condição financeira estava apertada, comprei a Brasília de um amigo", relata Manoel Dionísio, que trabalha como motorista.
A Brasília “Pancadão” transporta um personagem ilustre. É o paratleta Luiz Alves, que sofreu um acidente de carro há 20 anos e desde então compete nas provas de ciclismo e no triatlo. Com apenas uma das pernas, Luiz não perde o otimismo. Na 11º colocação do ranking internacional de triatlo na categoria TRI 2 (comprometimento severo dos membros inferiores), o competidor brinca com a aventura de viajar no automóvel. O próximo destino, segundo ele, é alimentar esperanças de brigar com uma vaga nas Paralimpíadas Rio 2016.
"Não temos meio de transporte e resolvemos vir na Brasília. Conseguimos chegar, mas quero mesmo alcançar as Paralimpíadas no Brasil", conta Luiz Alves.
A Brasília custou R$ 2.800 a Manoel. O preço, contudo, é inferior ao tamanho do sonho de Manoel. Há seis meses, o atleta participa de uma associação em Floriano responsável por divulgar o ciclismo a iniciantes.
"É um misto de aventura, mas vamos seguindo os nossos desejos. Quem sabe um dia podemos ver o carro ser transformado no Lata Velha (programa do Caldeirão do Huck)", idealiza Manoel.
Artilheiro do campeonato estadual e patrocinado por uma grande fornecedora de material esportivo. Essa é a situação de alguns atacantes de renome no futebol nacional. Porém, não para alguém que ainda mescla bola e chuteira com cadernos e livros. Essa realidade é vivenciada para uma das novas promessas do Santos, que, logo aos 11 anos, chama a atenção desde cedo e atende pelo nome de Kaio Jorge ou Kaio Recife.
O segundo nome, obviamente, não deixa dúvidas quanto à sua origem. Talentoso com a bola nos pés desde cedo na capital pernambucana, o garoto com cinco anos já disputava competições sub-12, segundo o pai Jorge Ramos relatou em entrevista ao ESPN.com.br. "Ele sempre foi avantajado fisicamente."
Chamando atenção em menores competições, despertou o interesse do Náutico, pelo qual começaria a jogar no final de 2007. Foram quatro anos de muitos títulos coletivos e individuais, como o seu blog pessoal indica. A página foi criada pelo pai com o intuito de promover o promissor talento desde cedo.
"Eu fui jogador profissional e sei dessa parte fora de campo, tem que se tratar. A gente sabe que se não tiver alguém por trás, desanda. A mãe dele também está de olho nisso sempre", conta Jorge.
Mesmo com apenas 11 anos, o garoto tem assessoria de gente grande. Os vídeos no YouTube com descrição em inglês, as fotos e o currículo em sua página ‘oficial' não deixam mentir.
Em 2011, saiu do Náutico para manter o sucesso no Sport e, um ano depois, a família decidiu tentar a sorte no Sudeste. Não tiveram sucesso ao bater na porta do São Paulo, que o indicou ao Vitória. A alternativa foi um contato com um empresário em Santos.
O teste marcado em novembro do ano passado pelo time da Vila Belmiro (com o qual "teve um namoro quando tinha sete anos") não seria grande obstáculo para Kaio Jorge. "Ele foi aprovado com cinco minutos. Quem consegue isso é porque é de alto rendimento. A diretoria já sabia o potencial que tinha na mão", diz o orgulhoso pai.
Jogando futebol de salão e campo, o garoto acumulou mais títulos e prêmios para a lista que poderiam muito bem preencher o seu blog, caso este não estivesse deixado um pouco de lado. Apesar de o menino praticar os dois esportes, a preferência é clara. "O salão só ajuda em alguma coisa, na bolsa de escola. O campo é o que dá respaldo."
A ideia da família em destacar o jovem talento é nítida. Não à toa, ele já é patrocinado pela Puma, que o fornece equipamentos esportivos. Em troca, o garoto aparece em eventos da marca. No entanto, apesar dessa assessoria e, por que não, marketing em cima de Kaio Jorge, o pai quer que o filho encare isso sem se pressionar e criar expectativas para ser um grande talento.
"Eu sempre falo para ele, com essa saída do Neymar, estão sempre procurando jogador. Eu falo: ‘Kaio, não quero que você se compare a ninguém, seja você mesmo'. Eu passo para ele não ter responsabilidade, para jogar bola com alegria. A gente não passa responsabilidade, porque ele é muito novo. Muitos jogadores se perdem hoje por isso. A família deposita uma esperança muito grande no atleta, que não consegue render o esperado", afirma.
O título mais recente de Kaio Recife no Santos veio no último domingo, quando ele deu uma assistência e marcou um gol na vitória por 2 a 0 sobre a Portuguesa, que decretou a conquista do time praiano no Campeonato Paulista sub-11. De quebra, o atacante, dono de grande habilidade e um raciocínio para criar jogadas e dribles além de sua idade, terminou como artilheiro com 17 bolas na rede ao longo da competição.
O bom desempenho em campo só tem sido possível também porque o garoto tem feito sua parte na sala de aula. Afinal, para jogar no Santos, tem de mostrar que as notas no boletim estão todas azuis.
"Ele é uma criança normal, brinca normal. Tem o horário de estudo, de treinar. Ele melhorou muito depois que chegou aqui. Isso na escola e como pessoa, ele é mais responsável, e a tendência é que cresça cada vez mais."
Se o clube se preocupa com a vida fora dos campos, também mostra a precaução quanto a uma superexposição dele. A reportagem do ESPN.com.br entrou em contato com a assessoria do Santos para poder entrevistar Kaio Jorge após a final contra a Portuguesa, mas, por essa razão, foi aconselhada a não o fazer.
Natural de Barras, o lateral-esquerdo Fred foi escolhido recentemente logo após o término da Copa Espírito Santo, o melhor lateral-esquerdo da competição. O piauiense estava atuando pelo time do Linhares.
Fred já jogou no Barras/PI (Campeonato Piauiense e Copa do Brasil), Comercial/PI (Copa do Brasil), Caiçara/PI (Campeonato Piauiense), Flamengo do Piauí (Campeonato Piauiense), Guarany de Sobral (Campeonato Cearense e Campeonato Brasileiro da Série C) e em 2013 foi campeão da 2ª Divisão do Rio Grande do Norte atuando pelo Potiguar.
Falando a reportagem, Fred disse estar muito bem no futebol capixaba, mas está disposto a atuar em qualquer outro clube do País, inclusive do seu estado natal (Piauí).