O Corinthians não entra em campo há mais de dois meses, mas a impressão deixada não deixou saudades, pelo contrário, as apresentações do time estavam cada vez piores e as críticas ao trabalho de Tiago Nunes aumentavam na mesma proporção. Durante a parada, porém, jogadores manifestaram apoio público ao treinador e assumiram a responsabilidade pelos maus resultados.
Em 12 jogos oficiais na temporada, o Timão venceu apenas três vezes, empatou cinco e perdeu quatro, aproveitamento de 38,89% dos pontos que disputou, o pior índice entre os clubes de Série A. Além disso, foi eliminado na fase preliminar da Libertadores e no Paulistão, até a paralisação, o time corria sério risco de não garantir vaga nas quartas de final e brigava contra a degola.
Na última semana, em entrevista para a Corinthians TV, o goleiro Cássio, um dos líderes do elenco, reconheceu o início de temporada ruim da equipe, mas disse acreditar no trabalho de Tiago Nunes e na capacidade do grupo.
- Tem que ter ambição, trabalhar bastante, eu sei que esse começo de temporada não foi como nós queríamos. A gente acabou oscilando, saindo na fase preliminar da Libertadores, não tem feito um começo de trabalho bom, mas a gente confia muito nesse time e acredita no trabalho do professor Tiago (Nunes), no elenco que nós temos - avaliou o arqueiro.
Danilo Avelar, outro jogador experiente do elenco, também manifestou apoio ao treinador. Apesar de ainda não ter jogado neste ano por conta de uma lesão, o agora zagueiro afirmou, em entrevista para a Rádio Globo, que as orientações de Tiago Nunes são entendidas pelo elenco, mas precisam ser colocadas em prática pelos jogadores dentro de campo.
- Ao meu ver são muito claras as coisas que ele fala, que ele mostra para a gente, porém temos que colocar em prática aquilo que é passado. Isso não é nenhuma novidade para o futebol, tudo tem que ser posto em prática, para fazer valer a pena aquilo que foi dito - comentou Avelar.
Cássio entende que esse período de paralisação, por conta da pandemia de coronavírus, pode servir para que o elenco reflita acerca do que precisa ser feito para voltar melhor. Além disso, o goleiro vê evolução no estilo de jogo do time, que foi bastante modificado em relação ao que vinha sendo feito por mais de dez anos, apesar de as vitórias não terem vindo na mesma proporção.
- Ninguém queria isso (a parada), mas é um momento para a gente refletir, para a gente tentar evoluir, melhorar o que a gente tem que melhorar. Acho que em mudança de treinador o que vale mais são as vitórias, mas se a gente for contar no contexto geral, o que professor tem melhorado, evoluído do estilo de jogo que o Corinthians jogava, e o que a gente está jogando agora, eu acho que a gente está no caminho certo - destacou o capitão corintiano.
Avelar, por sua vez, foi incisivo ao comentar o papel dos jogadores nesse processo. Para ele, treinador e dirigentes não entram em campo, e as cobranças precisam ser feitas ao elenco, que é composto dos protagonistas do jogo. Se são elogiados na vitória, têm que ser criticados nas derrotas.
É óbvio que quando o resultado não vem, os jogadores também têm que ser cobrados. Treinador não entra em campo, diretor não entra em campo, então você pode ter todo o suporte possível, mas somos nós que estamos ali dando a cara a tapa, somos os protagonistas do momento, temos que estar preparados, temos que nos cobrar mais, até porque quando ganha é mil maravilhas, mas quando perde é tapa na cara, xingamentos, críticas, então não saímos isentos de nada quando o resultado não vem. Temos que ter a ciência de que temos que melhorar, independentemente da situação, ele exige melhora sempre. Cássio, Danilo Avelar e seus companheiros estão treinando em suas casas, sob a orientação da comissão técnica do Corinthians durante o isolamento doméstico. Não há previsão para a volta dos treinamentos no CT Joaquim Grava, nem data para o retorno das competições. No estado de São Paulo a quarentena estabelecida pelo governo vai até o dia 31 de maio.
O desafio de desatar uma sucessão de nós rondará o Vasco na semana na qual está previsto um retorno dos clubes do Rio de Janeiro aos treinos. Porém, nem mesmo o otimismo do mandatário Alexandre Campello diante do aval para a retomada gradativa do futebol é suficiente para amenizar o turbilhão à espera da caravela.
- Demonstramos para a Prefeitura do Rio que a volta aos treinos, na realidade, promove uma segurança maior para cada jogador em vez de deixá-los expostos, treinando por conta própria. A gente passa a testar não só os atletas profissionais, mas os funcionários e os respectivos familiares, no sentido de identificar qualquer contaminação e isolar o vírus precocemente - afirmou, à Rádio Tupi.
O dirigente, que, segundo o UOL, esperará os resultados dos testes para determinar a data da volta aos treinos, ressalta.
- Eu não tenho dúvida que nossos atletas terão mais segurança dentro do clube do que em seus domicílios. Em torno de 30% dos atletas testados já foram contaminados, mesmo fazendo distanciamento - disse, à Tupi.
Este assunto ainda rende discórdia entre jogadores do Cruz-Maltino, conforme informou o UOL. Porém, até o momento, nenhum posicionamento oficial do elenco chegou à cúpula do clube.
O impasse fica maior em torno das pendências salariais. Apenas jogadores que recebem abaixo de R$ 50 mil viram a cor do dinheiro em 2020. Os demais atletas profissionais estão com quatro folhas abertas. Ainda há problemas em relação a direitos de imagem dos atletas, aos funcionários e ao Colégio Vasco da Gama (cujos professores entraram em greve).
O período eleitoral também começou a temperar a rotina cruz-maltina. À Rádio Tupi, Campello não escondeu sua indignação com o fato do candidato à presidência, Leven Siano, ter confirmado um acerto com o meia Yaya Touré caso seja eleito.
- Primeiramente, é um absurdo falar em nome do Vasco sem ter legitimidade para tal. Também acho falta de planejamento fazer este anúncio sem ter conhecimento das questões financeiras, sem ter garantias de recursos para pagar e sem ouvir especialistas - e, em seguida, alertou:
- É preciso ouvir a opinião do treinador, saber da avaliação de performance. Pensar em trazer um jogador de 37, 38 anos para ele defender o clube daqui a um ano é no mínimo de se espantar - completou.
São muitos nós de marinheiro para o Cruz-Maltino desatar.
O zagueiro Dedé, vinculado ao Cruzeiro, fez uma revelação forte sobre o seu futuro no futebol: que poderá abandonar a carreira graças ao “sacrifício” que fez, segundo ele, para ajudar o time celeste a não ser rebaixado para a série B do Brasileiro, o que não foi possível, com a Raposa caindo para a segunda divisão nacional.
Dedé foi operado pela sétima vez na região do joelho, sendo o direito a ser submetido a um procedimento desta vez. A operação ocorreu no Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro, sendo realizada pelo médico Max Ramos e acompanhada pelo profissional do Flamengo e do UFC, Márcio Tannure. A previsão de retorno aos gramados é de até seis meses.
Somando desde o fim de 2019, quando Dedé entrou em campo pela última vez com a camisa do Cruzeiro, em outubro, o zagueiro ficará quase um ano sem atuar pelo clube mineiro. A nova operação de Dedé foi para fazer uma correção no eixo mecânico do jogador e restaurar estruturas articulares do joelho. Eu fiz realmente de tudo, joguei 10 jogos batendo osso com osso, sem cartilagem. Esse é até um dos motivos de minha cirurgia ter sido mais agressiva, e agora eu corro o risco de não voltar a jogar. Espero que isso não aconteça-disse o zagueiro em entrevista ao Bola da Vez, da ESPN Brasil.
Dedé disse que, apesar do risco de se aposentar, não se arrepende do sacrifício feito pelo time no momento e que o esforço feito para salvar o Cruzeiro do rebaixamento, apesar de ser em vão, valeu a pena.
-Eu tenho a consciência muito tranquila do que eu fiz pelo Cruzeiro- disse.
O histórico de Dedé no Cruzeiro é permeado por conquistas, como duas Copas do Brasil e dois Brasileiros, mas com poucos jogos proporcionalmente ao tempo que está no clube, desde 2013. Foram 188 jogos com 15 gols marcados pela Raposa. Dos quase sete anos de clube, mais de três ano foram de problemas físicos, principalmente com lesões nos dois joelhos.