Depois de realizar testes nos jogadores e funcionários do departamento de futebol, o Flamengo divulgou que 38 dos 293 exames deram positivo para o coronavírus - 13% do total. Três desses casos são jogadores do time profissional - que não tiveram os nomes revelados. Apesar disso, o desejo do clube é de que os treinos no Ninho do Urubu sejam retomados na próxima semana, sem a presença, claro, dos que agora estão em quarentena.
Apesar dos números e das notícias serem preocupantes, o Flamengo acredita ter todos os protocolos bem estabelecidos para retornar as atividades sem colocar ninguém em risco. O departamento jurídico tenta se cercar de cuidados para que o clube não infrinja regras de isolamento determinadas pelo governo caso opte realmente pela volta ao trabalho.
Na nota em que divulgou os resultados dos exames, na noite de quarta, o Flamengo deixa sua vontade clara.
“Por fim, o Flamengo reafirma que está trabalhando em total sintonia com as autoridades governamentais de forma a, com toda a responsabilidade e segurança, colaborar com o importante retorno às atividades do futebol no menor prazo possível”.
Quarta-feira, o técnico Jorge Jesus se reuniu no Ninho com a comissão técnica e o chefe do departamento médico, Márcio Tannure, para definir o formato e direcionamento dos treinos. Tudo depende do acerto entre clube e autoridades competentes.
O procedimento realizado pelo Flamengo com atletas e funcionários teve três exames para que o resultado fosse o mais preciso possível (dois de sangue e um através da secreção respiratória). Os testes apontaram também que, além dos 38 contaminados, 11 pessoas já tiveram contato com o vírus previamente, sem sintomas, e possuem os anticorpos IGG positivos.
Na última segunda-feira, o clube teve uma notícia que deixou todos arrasados. O massagista Jorginho, que há 40 trabalhava no Flamengo, morreu vítima do coronavírus. Ele tinha 68 anos.
O Fluminense oficializou sua proposta por Fred a volta do ídolo tricolor à Laranjeiras está muito próxima de acontecer. Em vídeoconferência realizada na última terça-feira (5 de maio), o clube carioca apresentou sua oferta salarial ao atacante e agora só aguarda o "sim" para fechar a negociação.
A expectativa do Tricolor Carioca é que até o final da semana a volta de Fred seja oficializada. Segundo o Uol, o clube já trabalha com a volta do jogador mesmo ainda faltando o sim definitivo. O acordo entre clube e jogador só não aconteceu antes devido à pandemia do coronavírus, mas as duas partes já quiseram adiantar essa questão antes que a bola voltasse a rolar no Brasil.
O namoro entre Fluminense e Fred já acontece há algum tempo. Desde o rebaixamento do Cruzeiro para a Série B, haviam rumores de que o jogador deixaria o clube mineiro. Em fevereiro, o atacante de 36 anos rescindiu o contrato com a Raposa após decisão judicial e ficou livre para acertar com outro clube.
Em março, em meio a uma eleição para o gol mais bonito da história do Fluminense, o jogador pediu votos para que o seu golaço vencesse e disse: "Se ganhar, eu prometo que vou voltar para o Fluzão. Estou brincando não, estou falando sério". Fred é um dos maiores ídolos da história recente do Fluminense. Com 172 gols em 288 jogos, ele é o terceiro maior artilheiro e está a 13 tentos de assumir a segunda colocação nessa lista. Em sua primeira passagem, o atacante ajudou o Tricolor das Laranjeiras a conquistar dois Campeonatos Brasileiros, em 2010 e 2012.
A volta do ídolo tricolor ao Rio de Janeiro não deve ter muita festa. Em meio à pandemia, o Tricolor é um dos clubes mais firmes quanto ao não retorno das atividades. O lançamento dos novos uniformes do clube, na última quarta-feira, foi feito por uma live nas redes sociais do clube.
Na noite da última quarta-feira, Andrés Sanchez concedeu entrevista em live para o canal oficial do Corinthians no YouTube, e deixou a torcida esperançosa quanto ao possível retorno de Jô. Isso porque o presidente corintiano classificou como grande a chance de o atacante voltar, principalmente por conta de um litígio que o brasileiro teria com seu time no Japão.
O mandatário do Timão nunca negou que há o interesse de ambas as partes para a repatriação de Jô, no entanto sempre deixou claro que a contratação depende de o centroavante ficar livre no mercado para que não seja necessário pagar alguma quantia ao Nagoya Grampus-JAP para essa liberação acontecer.
- As portas estão sempre abertas para o Jô, ele está meio em litígio com o time dele, ele tem contrato até o final do ano, e é óbvio, se ele se liberar lá, ou agora no meio do ano, ou no final do ano, a prioridade dele e do Corinthians, é o Jô no Corinthians - declarou o presidente.
Quando questionado sobre a possibilidade de retorno de alguns ídolos como Paulinho, que está no Guangzhou Evergrande, da China, e Jô, Andrés praticamente descartou o retorno do volante, mas considerou grande a chance de o centroavante voltar ao clube ainda no meio do ano, se rescindir seu contrato no Japão, ou no final de 2020, quando termina o vínculo por lá.
- Chance (de voltar) tem. O Paulinho tem mais dois ou três anos na China, se eu não me engano, dificilmente vem. O Jô acaba o contrato dele no final do ano, então a chance de o Jô vir, ou agora, se rescindir com o time lá, ou no final do ano, é grande - concluiu o dirigente corintiano.
Jô é cria da base do Corinthians, e estreou como profissional em 2003, aos 16 anos e ficou por lá até 2005, quando foi negociado com o CSKA Moscou, da Rússia. Depois de rodar por clubes da Europa, do Brasil e da Ásia, voltou ao Timão em 2017, quando foi o grande destaque do time que foi campeão paulista e campeão brasileiro. No Japão sua última partida foi em dezembro de 2019, sendo que o Nagoya fez apenas dois jogos oficiais antes da paralisação.
Paulo Autuori falou. O técnico do Botafogo estava em silêncio, durante a pandemia do CoronaVírus, aguardando os acontecimentos relativos ao futebol.
Em entrevista exclusiva ao blog, Autuori condenou a pressa de algumas pessoas, com interesses alheiros ao mundo real, pedindo também mais posicionamento dos seus colegas de profissão. Confiram o bate-papo sobre o Botafogo, gestão e o motivo da sua saída recente do Santos.
Algumas lideranças estão pressionando para o retorno do futebol?
Claro, dentro e fora do futebol de uma maneira muito clara. Não vejo o por quê disso. Volto a falar, diante de tantas mortes, tanto sofrimento, parentes que não podem se despedir de seus entes queridos, falar em futebol como se fosse algo fora da realidade, como se as pessoas fossem outras quaisquer, não vejo isso com sensatez. Os que são a favor não entendem quão complexa é a rotina de treinos de uma equipe. Não é apenas juntar os jogadores, são vários profissionais envolvidos. Quando o Montenegro falou que prefere o W.O a salvar vidas, futebol é vida e temos que preservá-las. Há uma forçação de barra, o Flamengo tentando forçar, infelizmente faleceu o massagista Jorginho, um ser humano extraordinário. Pelo que eu li, oito funcionários testaram positivo e farão outros testes. É um risco muito grande. Temos que pensar em todos e aqueles que não têm condições, que ganham apenas um salário mínimo? O que me preocupa é ver dirigentes querendo a volta do futebol. Aliás, gostaria de ver mais técnicos se posicionando como eu. Não interessa se são a favor ou não dos treinos. Exigimos posição dos jogadores, mas não nos posicionamos? Esperava ver mais profissionais da minha área dando opiniões, concordando ou não.
Como você analisa a situação do Botafogo, atualmente?
Quando aceitei o convite do presidente Montenegro para participar desta transição do clube para clube/empresa, foi para dar minha contribuição como treinador neste primeiro momento para depois entrar numa situação mais próxima da estratégia, sempre na parte técnica. Não como CEO ou diretor-executivo. Aceitei porque foi o clube que me abriu as portas e teve a coragem de acreditar. Meu objetivo é ficar na gestão técnica, não mais como treinador. Botafogo tem uma história riquíssima e vem atravessando momentos muito complicados, assim como a maioria das equipes. Somos grandes, temos história e temos que ganhar e para se ganhar há que se ter investimentos e jogadores de qualidade. Há um momento que existe essa incompatibilidade onde você não está em condições de contratar, a saúde financeira do clube não permite e você é pressionado para ganhar. Momento complicado, Botafogo tem que fazer um time dentro da sua realidade. Títulos sempre serão exigidos porque é um clube grande e quem entra nisso tem que estar consciente de que não pode se acomodar. Falar em outros jogadores, seria uma falta de respeito pela pandemia, mas o clube tem que estar atento em fatos reais.
A transformação em Clube/Empresa será a salvação do Botafogo ou o futebol brasileiro não está pronto para isso?
Eu acho que isso é inexorável para o futebol brasileiro. Pode demorar mais ou menos. Você tem maneiras diferentes para gerir o clube. O modelo alemão é interessante, onde o clube é majoritário e você tem o poder das decisões. Isso tudo tem que ser definido num grande debate, que é aquilo que falta ao nosso futebol. Estamos só pensando em como vamos terminar 2020 e vamos perder mais uma oportunidade de pensar de forma abrangente e futura. É sim a saída para o Botafogo e os grandes clubes. Infelizmente, existem alguns clubes que estão apenas sobrevivendo, empurrando com a barriga, ano a ano, sem perspectivas de mudanças. Os clubes são a essência de tudo e não existe futebol forte sem clubes fortes. A CBF só se preocupa com Seleção e patrocínios. Temos que crescer todos juntos, pensando no espetáculo. Vai ser agora? Não sei. Nossa preocupação é em como vamos viver e ver o que fazer.
Honda é diferente mesmo?
É um grande cidadão. Como jogador, fez coisas muito boas em termos de Japão que o levaram à Europa, em clubes importantes. Defino o Honda com um olhar sempre posto para o gol adversário. Qualquer ação que tenha é para a equipe jogar para a frente e rápido. É extremamente eficiente, eficaz, joga e faz a equipe jogar, na conexão com seus companheiros, com uma visão de jogo muito diferente. Tem muito para contribuir ao Botafogo em todos os sentidos.
O garoto Luiz Henrique, revelação do Botafogo, tem potencial para ser um grande nome?
É um jogador com potencial enorme. Taticamente, já é bem evoluído. Além de aparecer bem individualmente, tem um trabalho de equipe muito forte, características para um mercado europeu e a pouca idade(18 anos). Está sempre aberto para ouvir ideias e conceitos táticos e sempre disponível para treinar no seu limiar. Dificilmente, não será aquilo que se tem como perspectiva.
O lateral Marcinho deve deixar o Botafogo(contrato termina em dezembro)?
Marcinho já demonstrou sua vontade de mudar de ares. Eu acho que a diretoria já entendeu isso e há o que se respeitar. Grande profissional, com nível intelectual interessante, dedicado. Proporcionou benefícios ao Botafogo e acho que o clube não irá se opor, através de uma conversa.
Por que você saiu do Santos?
Um ambiente ótimo e um grande clube para trabalhar, com o futebol todo integrado. Não me decepcionei com ninguém. Agora, costumo me posicionar e não posso compactuar com algumas situações. Infelizmente, haviam coisas definidas entre nós e o presidente Peres deu uma declaração sobre o Cueva, num assunto que já estava definido entre nós. O Sampaoli não queria o Cueva no elenco e o presidente deu uma entrevista que o treinador teria que colocar o jogador para ele aparecer, pelos valores altos. Não pude aceitar isso e no mesmo dia, liguei para o presidente que eu iria me posicionar publicamente. Quem define sobre o jogador é o técnico. Não posso aceitar qualquer interferência e ali cortamos qualquer chance de continuidade. Respeito muito o presidente Peres, mas sou um homem que costumo me posicionar. Esse foi o motivo da minha saída do Santos.
Autuori está com 63 anos e passou por Fluminense, Athletico-PR e Santos, recentemente, como gestor técnico e treinador. Retornou ao Botafogo em fevereiro deste ano.