Os alunos da educação básica que farão a Prova Brasil em 2013 já terão de responder a questões de ciências, afirmou nesta segunda-feira, 8, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, após evento com líderes empresariais em São Paulo.
As questões da matéria ainda não serão incluídas no cálculo do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Porém, segundo o ministro, elas podem ser aplicadas de forma censitária, ou seja, para todos os alunos que participarem da avaliação.
A Prova Brasil é aplicada a cada dois anos para crianças do 5º e 9º ano do fundamental e do 3º ano do ensino médio e seu resultado é um dos valores usados para compor o Ideb. Até 2011, a prova avaliava o desempenho de estudantes em língua portuguesa e matemática. Com a inclusão de ciências, o sistema de avaliação se aproxima de avaliações internacionais como o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês).
Mercadante explicou que, na primeira edição, a prova de ciências servirá apenas para avaliação e calibragem do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Porém, ainda não está definido se as questões da disciplina serão dadas apenas para uma amostra de estudantes ou se serão ser aplicadas de forma censitária e em larga escala.
Mercadante explicou que, além de testar o aprendizado dos estudantes em ciências, pretende investir no aumento do número de oficinas e laboratórios nas escolas. "O prazer da ciência está muito ligado ao viver, presenciar a química, a física", disse ele, que também quer expandir a quantidade de museus científicos no país.
Preparação
A ideia de expandir as disciplinas avaliadas pela Prova Brasil/Saeb começou a ser amadurecida no ano passado. Mas algumas redes já estão se preparando para a mudança.
A secretária municipal de Educação do Rio de Janeiro, Claudia Costin, afirmou, na quinta-feira, 4, que os estudantes da rede pública da prefeitura já tiveram questões de ciências na última edição da Prova Rio, aplicada em 2012.
O exame, que consiste em uma avaliação externa que o governo municipal faz nas escolas, é aplicado a estudantes do 3º, 4º, 7º e 8º anos do ensino fundamental. Claudia disse ainda que a prefeitura também aplica uma prova interna a cada dois meses que já incluía questões de ciências, além de língua portuguesa, matemática e redação.
O MEC também estuda substituir a Prova Brasil pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), no caso da avaliação de estudantes do ensino médio. Veja no quadro abaixo a comparação entre as notas mínima e máxima dos candidatos da edição 2012 do Enem:
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Ele foi criado pelo MEC para medir a qualidade no ciclo básico de ensino e já tem quatro edições (2005, 2007, 2009 e 2011). Para chegar ao índice, o MEC calcula a relação entre rendimento escolar (taxas de aprovação, reprovação e abandono) e desempenho na Prova Brasil.
Assim, para que o Ideb de uma escola ou rede cresça é preciso que o aluno aprenda, não repita o ano e frequente a sala de aula.
O Ideb possibilita analisar a qualidade da educação em uma determinada escola e nas diversas redes de ensino; no fundamental, é possível avaliar o desempenho dos municípios nas redes públicas e, no nível médio, o Ideb é divulgado por UF. Há também o Ideb Brasil, dividido entre as redes municipal, estadual e privada.
Como a Prova Brasil pretende analisar a qualidade da turma com a maior abrangência, os alunos fazem provas diferentes que só podem ser avaliadas em conjunto. Assim, não há nota individual.
G1