Os alunos da rede pública, beneficiados pela lei de cotas nas universidades, corresponderam a 44% dos inscritos no Sisu, de acordo com dados divulgados pelo Ministério da Educação nesta segunda-feira. O número de cotistas inscritos foi de 864.830, de um total de 1.949.958 inscritos. Dos 864.830 inscritos no Sisu pelo sistema de cotas para a rede pública, 349.904 eram negros, pardos ou indígenas com renda familiar igual ou inferior a um salário mínimo e meio. 193.238 eram pretos, pardos ou indígenas que não se inscreveram com base no critério da renda familiar. 168.243 alunos se inscreveram no critério de renda familiar abaixo de um salário mínimo e meio. E 153.445 dos inscritos se enquadravam apenas no critério de estudarem na rede pública.
Para o ministro da educação, Aloizio Mercadante, o índice de cotistas no Sisu representa um passo importante dentro da política de educação superior do governo federal. "O número de inscritos no sistema de cotas foi um salto extraordinário nesse sistema novo que estamos buscando implantar. 80% dos alunos que concluem o ensino médio são da rede pública. Eles terem feito quase metade das inscrições no Sisu é um passo bastante importante", afirmou.
O ministro avalia também que a nota de corte dos cotistas inscritos ficou próxima à dos alunos do sistema geral. O MEC divulgou a nota de corte de três áreas específicas, consideradas prioritárias para o governo federal: medicina, licenciatura e pedagogia. Na medicina, a nota de corte pelas cotas foi de 761,67, na ampla concorrência, foi de 787, 56. Na pedagogia, a nota de corte das cotas foi de 591,58, contra 598,08 do sistema geral. Na licenciatura, as notas foram de 606,45 para o sistema de cotas e 627,51 para a ampla concorrência.
"Os melhores alunos da rede pública são bem melhores que a média do setor privado. Isso demonstra que toda escola pública pode ser uma boa escola. Mas esse resultado não pode ser levado para uma comemoração, temos que continuar trabalhando. Mas é um bom começo", afirmou o ministro.
O ministro Mercadante afirmou ainda que os cotistas que ingressarem na universidade terão tutoria na instituição de ensino e acompanhamento de reforço pedagógico. O objetivo é auxiliar os alunos para terem um bom desempenho na universidade.
UFC teve maior procura
A universidade que mais recebeu inscrições no Sisu foi a federal do Ceará. Foram 133.923 inscritos para 6.258 vagas. E o curso mais procurado entre os alunos foi o de gestão pública, ofertado pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília (IFB): 12.221 inscritos para 45 vagas.
O ministro ressaltou ainda que os alunos que não obtiveram sucesso no Sisu podem tentar cursar a universidade com o auxílio de programas do governo, como o Prouni e o Fies.
As inscrições para o Prouni estarão abertas a partir desta quinta-feira (17) até segunda-feira (21). O governo vai distribuir 144.639 bolsas em 2013, 99.223 integrais e 45.416 de 50%.
O Fies poderá ser solicitado pelo aluno a qualquer momento do ano. O período do financiamento dura três vezes o prazo do curso, acrescido de um ano. Mercadante anunciou que os alunos que seguirem carreira no serviço público como médicos ou professores ficam isentos de pagar o Fies.
G1