Os trabalhadores em Educação no Piauí em greve desde o dia 28 de fevereiro exigindo o pagamento do piso nacional para a categoria, tiveram mais uma decepção com o Governo do Estado. Em reunião na Secretaria da Administração quando esperavam uma proposta séria para que o movimento fosse encerrado, os representantes do SINTE-PI ficaram surpresos quando o secretário de Administração, Paulo Ivan apresentou uma proposta onde pretende acabar com a gratificação de regência da categoria, uma conquista antiga.
O pior é que o Governo quer incorporar a gratificação transformando-a em vencimento para que ela complemente o piso nacional que era para ser pago desde o inicio do ano. Participou também na negociação o secretário de Educação Átila Lira. Para a presidente do SINTE-PI professora Odeni Silva, o que o Governo fez foi um retrocesso e ela acredita que a proposta, considerada também imoral, sequer será analisada pela categoria que fará uma assembléia geral amanhã a partir das 9 horas no Teatro de Arena. Com isto, é tido como praticamente certo que a greve geral vai continuar.
Além da professora Odeni, todos os demais representantes da categoria que vieram de outras cidades com esperança de receber uma proposta séria, ficaram frustrados quando Paulo Ivan, o secretário de Administração, sacou do bolso uma proposta de projeto a ser encaminhado a Assembleia Legislativa para sacramentar a idéia de “absorver a gratificação de regência ou a gratificação de gestão de sistema e terá o seu valor estabelecido de acordo com a jornada e de titulação”.
O advogado Geovane Machado, da assessoria jurídica do SINTE-PI, disse que a proposta do Governo é inconstitucional, pois o Supremo Tribunal Federal proibiu que os vencimentos de um trabalhador sejam anexados e transformados em salários base ou piso. E a Constituição Federal proíbe redução Salarial, justamente o que o Governo está querendo fazer com os trabalhadores em Educação.
Conscientes de que estavam apresentando uma proposta de envergonhar não só a categoria, mas a todos os trabalhadores e os conhecedores do Direito e das leis brasileiras, os dois secretários sequer tiveram coragem para defender o que estavam propondo. Se calaram enquanto os representantes dos trabalhadores protestavam.
SINTE/Floriano
Numa entrevista ao piuainoticias.com a lider da categoria na regional de Floriano, professora Léa Almeida, disse que a proposta feita pelo governo de fato não comtemplava a classe, "esperávamos que nessa audiência fossemos contemplados, pelo contrário, piorou em mais de 100% porque não há reajuste, simplesmente ele retirou mais um direito nosso quando ele juntou a regência com o vencimento, disse.
A classe no município florianense continua no movimento de greve, disse a líder, afirmando que todos estão cientes da questão e que irão permanecer fora das salas de aulas. Somente duas escolas estão fucioando no municipio de Floriano, contudo, a professora considera o movimento vitorioso.
Com informações do SINTE