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A entrevista com a professora de inglês Kéuri Santos é online, e por um motivo óbvio: ela está com covid, em isolamento. Ela acredita ter se contaminado na Rua 25 de Março, onde as lojas estão cheias; ela foi às compras sem máscara.

"Nos primeiros dias, eu tive bastante mal-estar, e daí tive muita dor de garganta. E depois disso, fiquei com bastante coriza, com o nariz escorrendo e tal, e estou ainda um pouco também", conta a professora.

Como não existe mais a obrigatoriedade, quase ninguém está usando a proteção, e essa pode ser uma das razões para o aumento de quase 41% nos diagnósticos em apenas duas semanas no país; o número talvez seja ainda maior: o sinal vem da venda de autotestes nas farmácias.

É o caso da farmácia do Ricardo Agostinho, que fica na Zona Oeste de São Paulo. "Foi aumentando, a pessoa compra um, depois já compra mais dois Se é empresa, já compra para todo mundo. Aumentou em 50% de um mês para o outro", relata o proprietário.

Só que muita gente, ao confirmar a covid, não procura uma unidade de saúde. Logo, a informação não chega às autoridades. Os laboratórios também não são obrigados a oferecer um serviço de notificação.

Segundo a infectologista do Instituto Emílio Ribas, Rosana Richtmann, o avanço dos casos agora também se explica pela janela imunológica. As vacinas que tomamos oferecem em torno de 3 a 4 meses de proteção, muitas pessoas já estão sem cobertura e outras nem tomaram as que têm direito.

covid

"Acho que o Governo deveria estar pensando na vacina atualizada, né? Em que você tem tanto proteção, fabricação de anticorpos, contra a cepa original, mas também para a Ômicron. Eu diria que o mundo inteiro, o mundo desenvolvido, já está usando a vacina bivalente", afirma a especialista.

A pfizer, que fabrica o imunizante, aguarda um parecer da Anvisa para uso emergencial no Brasil. Até lá, médicos e pacientes precisam estar atentos a novos sintomas que vêm sendo relatados.

"Afonia. O que é afonia? Você perde a voz, a segunda coisa é o que a gente chama de hipotensão ortostática. Quando você levanta ou está deitado, ou está sentado, e você tem uma certa tontura. E tem relatos também, na Europa, de um pouco mais de taquicardia, um pouco mais de coração acelerado", acrescenta a infectologista.

 

sbt