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A ereção é uma resposta involuntária a um estímulo sexual. Para ser bem-sucedida depende de fatores neurológicos, vasculares e do corpo cavernoso – dois cilindros que ficam dentro do pênis, formados por uma espécie de tecido esponjoso que têm a capacidade de se encher e esvaziar de sangue. Quando um homem é estimulado, todo o organismo trabalha para aumentar a quantidade de sangue no pênis, que fica maior e com mais rigidez.


O urologista Renato Oyama, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, explica que problemas em qualquer um desses fatores pode causar a disfunção erétil, quando o homem não consegue uma ereção total ou parcial satisfatória, suficiente para concluir a penetração e manter uma relação sexual.


Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Psiquiatria da USP em parceria com a indústria farmacêutica Pfizer, em 2016, ouviu 3 mil pessoas entre 18 e 70 anos, em sete regiões metropolitanas do Brasil: São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Salvador, Belém, Porto Alegre e Distrito Federal. Mais de um terço (32%) dos homens entrevistados disseram enfrentar algum tipo de dificuldade para ter ou manter uma ereção. Essas dificuldades variaram entre grave e moderada.


A disfunção sexual pode afetar homens de todas as idades, embora seja mais comum a partir dos 40 anos e mais frequente conforme a idade avança. Trata-se de uma dificuldade persistente, que impede a relação sexual e costuma estar relacionada a outros problemas de saúde. As causas podem variar, mas costumam estar ligadas, principalmente, à doença coronariana. Essa relação acontece porque o pênis tem artérias muito parecidas com as do coração, mas mais estreitas. Se o sangue não chega às artérias penianas porque elas estão obstruídas, em pouco tempo pode, também, não chegar ao coração.

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Outros problemas de saúde também podem levar à impotência, entre eles estão outras doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade, apneia do sono e insuficiência hepática. Oyama explica que os problemas cardiovasculares são os mais comuns. “A disfunção erétil persistente é um alerta, um sinal de que o paciente precisa investigar detalhadamente a saúde cardíaca porque os problemas podem estar relacionados”.


Alguns hábitos também podem fazer com que o homem sofra com a impotência. Entre eles, o tabagismo porque a nicotina compromete a saúde dos vasos sanguíneos que irrigam o corpo cavernoso. O uso de drogas ilícitas como maconha e cocaína, abuso de álcool e alguns medicamentos como antidepressivos e para hipertensão também podem causar o problema – assim como cirurgias na próstata e na região pélvica.


Existem três tipos de tratamento para a disfunção erétil. O primeiro é medicamentoso, feito com drogas inibidoras da fosfodiesterase tipo 5, as mais conhecidas são o viagra e o cialis. Caso elas não façam o efeito desejado, existe uma segunda opção, as injeções intracavernosas – uma droga vasodilatadora que o próprio homem aplica no pênis e que provoca uma ereção que pode durar por tempo variado, dependendo da dose aplicada.


A terceira opção, usada caso nem os medicamentos nem as injeções funcionem, é a cirurgia para implante de uma prótese peniana. Existem dois tipos de próteses: a semirrígida e a inflável. A semirrígida é composta por dois cilindros que são implantados dentro do pênis e ficam permanentemente endurecidos, mas maleáveis, dobráveis. A prótese inflável é formada por dois cilindros, uma bomba e um reservatório. A bomba é usada para passar o fluido do reservatório para os cilindros e, assim, possibilitar a ereção. Com o fim da relação, a prótese pode ser desinflada, caso o homem assim deseje.


O urologista Renato Oyama destaca que o implante de próteses penianas deve ser avaliado com calma pelos pacientes. A cirurgia pode encurtar o pênis em 1 ou 2 centímetros e a glande pode não se encher de sangue e ficar fria. Além disso, existem 5% de chance de infecção, o que obriga a retirada da prótese. “Nem sempre, depois da retirada, é possível colocar uma nova prótese”, explica o médico.


Segundo o médico, a melhor forma de evitar a disfunção erétil é a mudança no estilo de vida: perder peso, se alimentar bem e praticar exercícios são hábitos que melhoram a potência sexual.

 

R7

Foto: Getty Images