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Você viu na nova série do Fantástico "Alergia - O Corpo em Alerta" que a estimativa é de que 61 milhões de brasileiros sofram com algum tipo de alergia. Respiratória, de pele, alimentar, medicamentosa... são muitas as opções. Neste domingo (28), o Doutor Drauzio Varella vai falar sobre alergia alimentar, seus perigos e cuidados.

alimentos

"Como o sistema imune está em formação na criança é mais comum que a alergia alimentar surja na infância. E alergia alimentar está aumentando muito. Nas últimas duas décadas, a alergia alimentar está sofrendo uma transformação, que ela está ficando mais frequente, mais grave e as alergias que antes sararam, saravam rapidamente, a gente esperava que alergia ao leite, por exemplo, sarasse até os cinco anos. Hoje em dia, alergia alimentar está persistindo, entrando pra adolescência e idade adulta", afirma Ariana Campos Yang, médica alergista do HC-USP.

Declaração obrigatória no rótulo Em 2015, a Anvisa criou uma resolução que estabeleceu os requisitos para declaração obrigatória dos principais alimentos que causam alergia alimentar. (SAIBA MAIS)

A norma determina que os rótulos dos alimentos industrializados devem informar a presença dos seguintes ingredientes: trigo, centeio, cevada, aveia e estirpes hibridizadas; crustáceos, ovos, peixes, amendoim, soja, leite de todos os mamíferos, amêndoa, avelã, castanha de caju, castanha do Pará, macadâmia, noz pecã, pistache, pinoli e castanhas.

Os rótulos de alimentos que tenham em sua composição os ingredientes alérgenos devem trazer a informação: “Alérgicos: Contém (nomes comuns dos alimentos que causam alergias alimentares)”, “Alérgicos: Contém derivados de (nomes comuns dos alimentos que causam alergias alimentares)” ou “Alérgicos: Contém (nomes comuns dos alimentos que causam alergias alimentares) e derivados”.

Nos casos em que não for possível garantir a ausência de contaminação cruzada dos alimentos – que é a presença acidental de qualquer alérgeno alimentar não adicionado à receita, mas que tenha entrado em contado com o produtos no processo de produção ou de manipulação –, deve constar no rótulo a declaração “Alérgicos: Pode conter (nomes comuns dos alimentos que causam alergias alimentares)”.

A CEO do aplicativo NU Rótulo, Maira Figueiredo, explica por que decidiu criar uma plataforma para quem tem vários tipos de alergia:

"A nossa relação com a alergia alimentar começou com a minha filha Helena. Hoje, ela tem 7 anos, mas quando ela tinha 8 meses, nós descobrimos que ela tinha alergia a proteína do leite de vaca e foi da pior forma que a gente descobriu: durante a introdução alimentar, comendo um purêzinho de batata, ela teve uma reação anafilática E a gente não fazia a menor ideia que aquilo era uma alergia alimentar.

Nos primeiros momentos, a médica dela falou: 'Olha, nem você e nem ela podem consumir nada que tenha leite'. Na ocasião, eu amamentava. Ao procurar os produtos na minha casa, senti uma dificuldade muito grande de ler as letrinhas, os rótulos, às vezes muito pequenas, ou às vezes a embalagem era transparente. Já senti que a minha dificuldade nos mercados ia ser enorme.

Perdendo muitas horas procurando produto que eu poderia encontrar e quando encontrava, ficava às vezes na dúvida se pode conter ou não. Foi nesse momento que eu tive a ideia de desenvolver um aplicativo que ajudasse nessa leitura dinâmica dos códigos de barras dos produtos e trazendo as informações dos alergênicos de uma maneira mais clara, mais rápida e que fosse fácil desde uma criança identificar até um idoso".

A alergia é a reação exagerada e equivocada do nosso sistema imunológico contra alguma substância inofensiva.

"O sistema imune está em tudo, está na pele, está nos olhos, está na mucosa respiratória, está no aparelho digestivo. Uma vez que esse radar detectou algo estranho, ele pode amplificar e ligar toda essa rede de comunicação desde uma reação localizada até uma reação que acometa o corpo todo", destaca Ariana Campos Yang, médica alergista do HC-USP. Entenda como as alergias se desenvolvem e por que algumas pessoas são mais sensíveis A pessoa vai então espirrar, tossir, os olhos vão lacrimejar. Pode também ter inchaços, vômitos, diarreia, coceiras. Na maioria dos casos, essas reações são leves - o próprio organismo resolve.

A intensidade desses sintomas vai depender da quantidade de histamina liberada nesse processo. A histamina é um mediador químico - um mensageiro que controla as reações alérgicas.

"Quando uma reação alérgica acontece, é como se tivesse chovendo histamina no corpo, tivesse chovendo essa substância. Só que, às vezes, a gente tem uma chuva, uma garoinha E, às vezes, a gente tem uma tempestade, um vendaval que causa uma enchente, destruição", completa a médica alergista.

G1/Globo/Fantástico

Foto: divulgação