O Carnaval é um momento de reunião com amigos e até desconhecidos. Em meio à festança e tanta gente interessante, existe sempre a possibilidade de rolar um clima - mas é preciso atenção. Isso porque as relações ocasionais da folia podem disfarçar e trazer um problema muito maior: as doenças sexualmente transmissÃveis (DSTs).
O diretor médico do dr. consulta, Tin Hung Ho, explica que, embora as relações sexuais sejam o principal meio de disseminação de doenças como HIV (vÃrus da imunodeficiência humana), HPV (papilomavirus), herpes genital, clamÃdia, gonorreia, sÃfilis, tricomonÃase, cancro, tricomonÃase e hepatites, os beijos também podem ser uma fonte de transmissão, destacando a herpes (ou sapinho, como também é conhecida), e a mononucleose, chamada também de doença do beijo. Embora menos comum, o compartilhamento de copos ou canudos pode ser outro meio de contágio.
A mononucleose ganhou notoriedade nos últimos meses devido ao relato da cantora Anitta, que revelou ter o diagnóstico da infecção pelo vÃrus Epstein-Barr, causador da doença. O vÃrus, que faz parte da famÃlia dos herpevÃrus, tem sua transmissão pela troca de fluÃdos corporais e saliva, sendo comumento passada entre as pessoas por meio dos beijos e, menos comumente, até pelo compartilhamento de talheres. Assim, a infecção acaba sendo mais comum entre jovens de 15 a 25 anos, fase em que mais aconteceriam tais tipos de transmissão. Essa doença é um tipo de infecção mais silenciosa, podendo não demonstrar sinais. Porém, quando aparecem, é comum observar inflamações na garganta, nariz e boca; inchaço dos gânglios linfáticos; fadiga; febre; e hipertrofia do baço. Casos sem o cuidado especÃfico podem evoluir para anemia, convulsões e até uma diminuição da contagem de plaquetas no sangue.
O especialista afirma que, para aproveitar bem os blocos de Carnaval, é preciso se manter sempre bem hidratado, com refeições leves, evitar o uso abusivo de álcool e carregar sempre preservativos, sejam eles masculinos ou femininos.
A infectologista Ana Rachel Seni Rodrigues afirma que é importante se atentar ao corpo, de modo a ajudar a localizar possÃveis sinais e buscar atendimento médico.
Caso ocorram relações sexuais sem a proteção adequada, os especialistas alertam que não deve ocorrer automedicação e buscar auxÃlio medicinal para a confirmação se realmente há alguma infecção.
Os médicos ressaltam que o uso de preservativos continua a ser a melhor opção para evitar DSTs, e que a vacinação contra algumas doenças pode auxiliar na prevenção, entre elas as vacinas contra hepatite A, hepatite B e HPV. Manter a testagem de DSTs atualizadas também faz parte da proteção recomendada.
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Foto: Amanda Dias/BHAZ