Embora a velhice seja um processo natural (a qual a maior parte de nós está sujeita a vivenciar), existem muitos preconceitos advindos de estereótipos relacionados às pessoas que chegam à terceira. É comum caracterizá-los como indivíduos iguais (sem personalidades, características), como se alcançar a velhice significasse perder suas individualidades. Por isso campanha “Orgulho Prateado” soma o combate contra o preconceito à pessoa idosa.
Maria de Jesus Diocesano tem 83 anos. Líder Comunitária e coordenadora do Grupo de Idosos da zona sul de Teresina, ela frisa que a velhice deve ser um sinal de orgulho. Ela acrescenta que se trata de um processo natural em que os cabelos ficam grisalhos, a pele enruga e o corpo se curva com tanta naturalidade que chega até despercebido como um passe de mágica. Para muitos, essa fase pode vir carregada de preconceitos.
“Quantas vezes as pessoas sofrem discriminações por causa da idade, eu mesma já ouvi quando vou passando na praça ou no comércio, algumas pessoas mais jovens falando: ‘Lá vem aquele velho ou velha, tão bom de se aquietarem, ficam andando pra lá e pra cá’”, conta.
Maria reforça que ao chegar à velhice a pessoa parece perder até sua identidade. “Não chamam nem mesmo de idoso ou idosa, já dizem é um velho ou velha, no sentido de não prestar mais. Eu, particularmente, acho melhor chamar a 3° idade. Muitos chamam a melhor idade. Eu não concordo, pois nesta idade que tenho de 83 anos começam aparecer doenças, dores e fragilidades, que nos tiram a autonomia e a independência. Mas, eu considero a vida maravilhosa qualquer que seja a idade”, externa.
Diante de tudo isso, é fundamental destacar que as pessoas idosas precisam de respeito e atenção de todos que os rodeiam. “E ainda necessitamos do compromisso do poder público e da sociedade como um todo, para cumprir as leis já existentes, como o próprio Estatuto do Idoso que já fez 17 anos e ainda não foi respeitado em sua totalidade. Por toda esta trajetória de vida e lutas, tenho muito orgulho da minha idade, tenho e defendo o Orgulho Prateado”, finaliza.
Ufpi