Nas primeiras horas da manhã desta terça-feira, 24, cerca de 75 famílias de uma ocupação localizada no bairro Planalto Uruguai, na zona Leste de Teresina, protestam numa ação de reintegração de posse no local. A Polícia Militar foi acionada e houve confronto em alguns momentos.
Os moradores queimaram pneus e galhos de árvores e fecharam ruas nas proximidades para tentar impedir a ação de despejo e o avanço da tropa de choque da Polícia Militar.
O local ocupado, nomeado como Mirante do Uruguai pelos moradores, é uma área pública da Prefeitura de Teresina. Segundo Leonardo Bezerra, um dos ocupantes, as famílias estão no local desde setembro do ano passado.
“Nós estamos desde 27 de setembro ocupando a área, pessoas que vieram dessa pandemia, pessoas que não tem mais condições de pagar aluguel e morar em casas porque não tem emprego, pessoas que vêm de casas de favores e detectaram essa de Prefeitura, adentramos e estamos residindo aqui”, contou.
O major Jamsom Lima, do Centro de Gerenciamento de Crises e Direitos Humanos da Polícia Militar, informou que as equipes tentam intermediar o diálogo com os moradores da ocupação para tentar evitar um confronto maior.
“A Policial Militar está há dez dias tentando fazer contato, estamos aqui há mais de cinco horas, a princípio a Polícia Militar vai desobstruir a rua e passar para que o oficial de justiça cumpra o direito”, ressaltou o major.
De acordo com o gerente de Direitos Humanos da Semcaspi, André Santos, a Prefeitura já realizou uma série de conversas com os ocupantes, mas sem sucesso. O gerente afirma que a decisão judicial de reintegração de posse vai ser cumprida.
“Há mais de quatro meses a gente vem conversando com eles. Foram feitas seis rodadas de conversas com o município, foi dado ações paliativas para que eles pudesse se retirar do local, mas infelizmente não foi obtido êxito em nenhuma. Então, saiu uma decisão judicial e aqui nós estamos para acompanhar a decisão judicial e só aguardar o desfecho através da Policia Militar que vai cumprir, vai ser cumprido”, afirma André Santos. A moradora Cintia Najla contou ao Cidadeverde.com que está na ocupação com seus dois filhos, de 8 meses e 10 anos. Desempregada, ela diz que está no local porque não tem para onde ir.
“Se a gente está aqui é porque a gente precisa, você acha que a gente ia está aqui em uma invasão com meus filhos se a gente não precisasse? A gente precisa desse lugar, a gente não tem para onde ir, a gente é humilhado na casas dos outros. A gente tá aqui porque precisa, não tem banheiro aqui, não tem energia direito. A Polícia vai tirar e a gente vai pra onde? Para debaixo da ponte”, desabafou Cintia.
Com informações do cidadeverde