Nesta segunda-feira, 23, a equipe de reportagem do Ronda Nacional foi procurada por Valcioneide de Sousa, de 49 anos, para denunciar um motorista de aplicativo que a teria expulsado durante uma corrida no último sábado (21) em Teresina. Segundo ela, o motorista se recusou a ir até seu endereço, na Vila Prainha, localizada no bairro São Pedro, na zona Sul de Teresina.
Segundo Valcioneide, após entrar no carro do motorista, o condutor pediu para ela sair e retirou suas coisas na altura da Praça Saraiva, pois na ‘favela da Prainha só tinha quem não prestava’. Ela informou que depois da situação, procurou o 1° Distrito Policial para prestar um boletim de ocorrência, mas não conseguiu por conta do sistema da delegacia estar fora do ar. “Ele saiu me distratando. Dentro do carro ele já começou me distratando, que na favela da Prainha só tinha quem não prestava, só tinha bandido, só tinha marginal, ladrão. Lá tem pai de família, lá tem estudante, mãe de família, tem pessoas honestas, como todo bairro tem”, desabafou a mulher.
Além disso, a vítima disse ainda que na tentativa de ligar para a polícia, o motorista por aplicativo teria lhe empurrado. “Quando eu tava com o telefone ligando para a polícia, ele me deu um empurrão que eu quase caio. Estava fora de área no sábado e pediram para eu retornar na segunda-feira para fazer o boletim de ocorrência contra ele”, pontuou Valcioneide.
A reportagem procurou a Associação Dos Motoristas Autônomos Para Transporte Privado Individual de Passageiros no Piauí (AMATEPI) para comentar o caso. De acordo com a presidente Maria do Carmo, em média, dois motoristas são vítimas de assalto por dia em Teresina, o que não justifica a atitude do colaborador da plataforma denunciado.
“Não é que a gente descrimine os bairros, até porque dependemos dos passageiros em qualquer local que eles estiverem. Agora a violência tem estado num grau tão avançado que motoristas das plataformas já sofreram disparos em alguns bairros e isso acontece tanto de dia quanto de noite e fica difícil. Mas a gente continha aí sofrendo esse risco e alguns motoristas adentrar nesses bairros que não são recomendados. Quando isso acontece, o caminho é: relatar para as plataformas e dependendo do caso, se for uma instância maior, fazer um boletim de ocorrência. Tanto o passageiro, quanto o motorista por aplicativo”, disse.
MN
Foto: divulgação meionorte