Leandro Ponce Leal, 37 anos, ortopedista piauiense e maratonista número 26207 da 117º Maratona de Boston, havia completado o percurso de 40 quilômetros e recebia sua medalha quando foi surpreendido, como todos os outros que estavam no local, com um bombardeio de motivo até então não identificado.

 

"Foi tudo muito rápido, tinha cruzado a linha de chegada e uns 2 minutos depois as bombas estouraram. Estava recebendo minha medalha. Vi tudo de perto, uns 50 metros. Minha família me esperava na chegada", relatou Leandro.

 

A poucos metros de onde as bombas explodiam,  a esposa, o pai e a mãe de Leandro esperavam desesperados pela sua chegada.

 

"O mais chocante foi que por uns dois minutos Leandro se salvou. E nós também, porque estávamos mesmo lado da calçada onde a bomba explodiu. Então fomos uns metros para frente. Se tivéssemos ficado parados esperando ele na linha mesmo, talvez não estaríamos aqui, ou estaríamos machucados", declarou Chiara Scaramucci Leal, esposa de Leandro.

 

Sobre o momento, Chiara revelou ter passado por minutos de tensão. "Houve um estrondo horrível e fumaça. Todos com a mão na cabeça, uns começaram a correr, e de repente, outro estrondo. Eu sabia que aquilo não era brincadeira. Comecei a ficar desesperada por causa do Leandro. Parecia que estava em um pesadelo. E aí, nesse momento, tinha bombeiro, polícia, ambulância, FBI, por todo lado. Pessoas chorando, gritando. Um caos. O medo da gente era estourar outra bomba a qualquer momento. Não sabíamos o que estava acontecendo na realidade", afirma.

 

Chiara afirma ainda que a polícia local tem instruído a população para que não saiam em grande número. "Estão achando que foi um atentado, segundo informam os meios de comunicação local. Confirmaram aqui três mortos e 130 feridos. Além disso, estão falando do grande número de pessoas amputadas. A polícia tem pedido para a gente não andar em grupos grandes, nem ficar em locais de muita concentração de gente", declara.

 

Após explosões, família piauiense embarca amanhã para Teresina

 

Leandro confirmou a reportagem que deve voltar na quinta-feira para o Piauí. Sua esposa teme que o embarque seja complicado por conta dos bombardeios.

 

"Voltaremos amanhã, conforme o planejado. chegaremos a Teresina na quinta-feira", colocou o médico.

 

"Não senti necessidade de sair logo do país quando aconteceu o ataque, só estou com medo de a volta se tornar complicada. Normalmente já há alguma burocracia e acho que vai se intensificar. Ainda mais porque voltaremos pela American Airlines", informou Chiara Scaramucci.

 

O ataque

Em sua página principal o site oficial da maratona relata como foi o imprevisto e se diz condolente com o ataque. "O Boston Athletic Association estende suas condolências a todos aqueles que foram afetados de alguma forma pelos eventos de hoje. Hoje é um dia triste para a cidade de Boston, para a comunidade em execução, e para todos aqueles que estavam aqui para desfrutar a corrida 117 da Maratona de Boston. O que era para ser um dia de alegria e de festa tornou-se rapidamente um dia em que correr uma maratona era de pouca importância", relata.

 

O site assegura ainda que todos os demais corredores que não estiveram envolvidos no ataque estão seguros e pede para que os atletas recolham os sacos com seus pertences na Berkeley Street.

 

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou em pronunciamento que desconhece a autoria e a intenção por detrás das explosões registradas na Maratona de Boston.

 

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