Uma caverna, localizada na comunidade Brejinho, Zona Rural, do município de Assunção do Piauí, pode causar danos à saúde. Estudos preliminares realizados por geógrafos da Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais (CPRM) apontaram a existência de gases tóxicos que produzem fumaça ao entrar em combustão devido as altas temperaturas no local.
O local virou o centro das atenções depois que populares afirmaram ver fumaça na caverna e especular que poderia ser um vulcão em erupção. Alguns populares também acreditaram que a caverna poderia ser uma jazida de petróleo. Por meio de ofício, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Assunção do Piauí solicitou uma equipe técnica para fazer uma avaliação do local.
O geógrafo, Joaquim das Virgens, que acompanhou a pesquisa disse que a fumaça é resultado da decomposição de materiais orgânicos e fezes de roedores, que acabam produzindo gases metano e sulfídrico, além de amônia.
“A fumaça que foi vista saindo da caverna é resultado da combustão natural. Como o lugar é seco e quente, ocorreu esse fenômeno. O cheiro lá é muito forte. A princípio nós descartamos a possibilidade de que lá seja um vulcão. Aqui não há características para esse fenômeno”, disse. As amostras coletadas pelos pesquisadores da Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais foram enviadas para análises em laboratórios da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
De acordo com Sidney Barros, geógrafo que também acompanhou a pesquisa na cidade de Assunção do Piauí, as análises são preliminares e que por se tratar de um fenômeno cíclico, a equipe deve voltar ao local para colher mais amostras.
“Nós vamos aguardar outro evento para voltar ao local e colher novas amostras. O que nós podemos descartar é a presença de vulcão, já que o Piauí está em uma plataforma estável”, disse Sidney. Os gases e a fumaça produzem ainda uma espécie de cera amarela e um óleo, que foram percebidos pelos pesquisadores nas paredes da caverna. A orientação dos geógrafos é para que as pessoas não entrem no local sem proteção.
“São gases nocivos que podem causar alergias ou intoxicação. Não é recomendado a pessoa entrar sozinha porque pode passar mal e não ter como sair do local”, alertam. O geógrafo Joaquim das Virgens diz ainda que a caverna faz parte de um contexto científico que merece ser preservado. Segundo ele, algumas pessoas já picharam o local, que tem registros de inscrições rupestres ainda não catalogadas.
“Essa caverna pode atrair outros pesquisadores e é preciso preservar o local”, destaca o geógrafo.
G1PI