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A reunião realizada nessa segunda-feira, 24, entre governo e os professores das universidades federais em greve, terminou sem acordo.  Depois de mais de três horas de conversa, o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, afirmou logo após a reunião que governo e entidades ainda não estão perto do acordo, mas que uma nova rodada de negociação está marcada para hoje, 24.

 

A assessoria do Planejamento afirmou que o corte ou não do ponto dos professores grevistas depende de cada instituição, dentro da autonomia universitária. De acordo com fontes do Planejamento, a reivindicação proposta pelas entidades implicaria em um impacto de R$ 10 bilhões nas contas públicas.

 

A greve nas universidades federais, que já dura mais de dois meses, permanece. O governo disse que irá avaliar as reivindicações apresentadas pelos sindicalistas, mas avisa que não há margem para ampliar o impacto do reajuste já proposto na semana passada e que, nos próximos três anos será de R$ 3,9 bilhões.

 

A presidente do Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), Marinalva Oliveira, afirma que a proposta apresentada pelo governo implicará em perdas salariais para a categoria, por isso ela foi rejeitada. Ela não quis dar os números do impacto das reivindicações da categoria e afirma que o reajuste está sendo debatido em outra mesa de negociações.

 

Indagada sobre a continuidade do movimento grevista e o prejuízo para os estudantes universitários, a presidente do Andes afirmou: “O governo tem que responder (pela manutenção do movimento grevista). A categoria está insatisfeita com a proposta apresentada. Se os professores continuam em greve, a responsabilidade é dele (do governo). Nossa greve não é ilegal, quem não avança é o governo”.

 

Na sexta-feira, 13, o governo havia apresentado uma proposta para os professores grevistas. Entre os pontos principais da oferta do governo, está um reajuste de até 45% para os docentes, dividido em três anos. Esse percentual é menor para professores em início de carreira. O governo propôs também diminuir a quantidade de níveis da carreira de professor universitário, de 17 para 13, alegando que assim facilitaria a progressão dentro da profissão.

 

De acordo com o Andes, as assembleias-gerais das 58 universidades federais em greve recusaram a proposta do governo.

 

Marinalva Oliveira explicou que, do ponto de vista do Andes, a proposta do governo cria distorções na carreira, já que, na opinião do sindicato, favoreceria apenas uma pequena parcela dos docentes, que são os professores titulares.

 

“A proposta do governo desestrutura ainda mais nossa carreira. Valoriza um pequeno grupo de professores titulares, que correspondem a 5% da categoria”, disse Marinalva. Para ela, a porcentagem oferecida pelo governo a determinados níveis da carreira de professor, acarretaria em perdas salariais para “três quartos dos docentes, levando em conta as projeções de inflações. Na reunião desta segunda, 23, os representantes dos professores não chegaram a apresentar uma contraproposta para o governo, mas explicaram por que não aceitam a proposta original.


A assessoria de imprensa do ministério do planejamento informou que, por ser um assunto extenso, a reunião deve continuar nos próximos dias.


G1