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cruiseironaufragoO Ministério das Relações Exteriores informou neste sábado, 14, que relatos ainda não confirmados dão conta de que havia entre 50 e 60 brasileiros entre os mais de 4.000 passageiros do barco de cruzeiro que naufragou na véspera no Mar Mediterrâneo, no litoral da Itália. De acordo com autoridades italianas, o acidente deixou três passageiros mortos, 14 feridos e pelo menos 70 desaparecidos.
 

O navio encalhou em um banco de areia próximo à ilha de Giglio, na Toscana, região central da Itália, teve seu casco quebrado, virou e ficou parcialmente submerso. As vítimas morreram afogadas. Os desaparecidos podem ter procurado abrigo na ilha.
 

Segundo o Itamaraty, brasileiros que estavam entre os passageiros do navio da Costa Cruzeiros entraram em contato por telefone com o consulado do país em Roma e estimaram o grupo que estava no barco entre 50 e 60 pessoas. Ainda não há informações sobre se haveria brasileiros entre os mortos, feridos ou desaparecidos, disse o Itamaraty.
 

A agência EFE afirmou que haveria 46 passageiros brasileiros, citando a Costa Cruzeiros, empresa genovesa dona do navio. A assessoria da empresa no Brasil diz que não tem informação. O consulado em Roma está em contato com as autoridades italianas e vai prestar toda a assistência necessária aos brasileiros, informou o Itamaraty.

 
Segundo a imprensa local, a retirada dos últimos passageiros e membros da tripulação do navio Costa Concordia apresentou complicações. Muitos dos 3.200 passageiros e 1.023 tripulantes foram levados para o porto de Santo Stefano, no continente, onde estavam abrigados em escolas, igrejas e outros edifícios públicos.

 
Um dos passageiros do Costa Concordia disse à imprensa italiana que, por volta das 21:30h (18:30h no horário de Brasília), "todos estavam jantando quando a luz apagou, houve um tranco e os pratos caíram da mesa". Quando a luz voltou, o comandante do navio anunciou uma avaria no gerador elétrico e garantiu um conserto rápido, mas um vazamento de água se abriu no navio, que ficou inclinado.
 

A tripulação pediu que todos colocassem os coletes salva-vidas e logo veio a ordem para abandonar o navio, disse o passageiro. Antes disso, muitos passageiros, apavorados, teriam se jogado na água, segundo testemunhas. Outra passageira, a jornalista Mara Parmegiani, descreveu "cenas de pânico dignas do 'Titanic'", com empurrões entre os passageiros, gritos e choro.
 

Ela também denunciou o que considerou a falta de preparação da tripulação, afirmando que houve problemas quando os botes salva-vidas foram lançados ao mar e que alguns coletes salva-vidas não funcionaram.
 

Unidades da Guarda Costeira, navios mercantes e ferrys garantiram a evacuação dos passageiros e tripulantes. No total, 12 navios e 9 helicópteros foram mobilizados para verificar se não há ninguém no mar, segundo o porta-voz da capitania de Livorno, Emilio Del Santos.
 

Mergulhadores iriam entrar no navio para procurar eventuais corpos que podem ter ficado presos.

 
Causas desconhecidas
A Costa Cruzeiros, dona do barco, se declarou "consternada" e expressou seus pêsames às famílias. Indicou que não é possível determinar de imediato as causas do acidente e assegurou que a retirada foi rápida, apesar de difícil, já que estava entrando muita água no barco.

 
O navio, que partiu na sexta de Civitavecchia, na região de Roma, faria um cruzeiro de uma semana pelo Mar Mediterrâneo com escalas programadas pelas cidades de Savona, Marselha, Barcelona, Palma de Mallorca, Cagliari e Palermo, informou a assessoria de imprensa da matriz da empresa.


O Costa Concordia, de 290 metros, tem 58 quartos com suíte e balcão, cinco restaurantes, 13 bares e quatro piscinas. Ainda de acordo com a Costa Cruzeiros, cerca de 1.000 passageiros do Costa Concordia têm nacionalidade italiana, enquanto aproximadamente 500 são alemães e 160 franceses. O site da operadora aparentemente entrou em colapso diante do volume de acessos, mas a empresa pôs à disposição uma linha telefônica para responder aos pedidos de informação.
 

A Costa informou que vai cooperar plenamente com as autoridades.



G1