A polícia chegou à casa de Gislene por volta das 5:20h do sábado, 10, enquanto ela dormia juntamente com a filha, a mãe e o marido. "Bateram no portão, nós acordamos assustados. Quando abrimos a porta eles perguntaram por mim e já foram apresentando o mandado de prisão. Eu não entendi nada. Fiquei nervosa porque nunca me envolvi com nada do mundo do crime. Eu disse que iria à delegacia de livre e espontânea vontade porque queria saber o que estava havendo", contou.
Gislene Santana teve a casa vasculhada na frente da família. "Eles só pararam quando a minha filha de 11 anos, que tem diabetes, começou a passar mal", relatou. A recepcionista foi levada para o 1° Distrito Policial de Timon, onde passou cinco dias detida. "Foi o pior momento da minha vida. Eu só queria entender o motivo da prisão. Depois o delegado me disse que tinha registro de uma ligação do celular de um dos traficantes para o meu", acrescentou.
A ligação a qual Gislene se refere foi feita do celular de um dos acusados para o dela e acabou sendo rastreada pela polícia durante as investigações. "Eu expliquei que não conhecia o acusado, conhecia apenas a mulher dele, porque ela me vendia roupas íntimas. Um dia, ele me ligou do celular só para perguntar o endereço de uma pessoa que estava devendo a ela, só isso. Eu não tenho nada a ver com esse povo", esclareceu.
A recepcionista acrescentou que trabalhava há mais de um ano de carteira assinada e teve que largar o emprego após a prisão. "Vou entrar com ação porque fui injustiçada. Não posso andar a lugar nenhum, tenho vergonha de sair de casa. Até minha filha sofre as consequências disso, porque as outras crianças ficam julgando mal", destacou.
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