Um policial está sendo acusado pela morte de uma criança durante um assalto, a manicure Dayane Gomes, mãe da menina Débora Vitória, de 6 anos, fez um desabafo nas redes sociais e é quem acusa o militar. O caso ocorreu na noite da última sexta-feira (11), durante uma tentativa de assalto no bairro Ilhotas, na zona Sul de Teresina. A primeira versão indicava que o tiro teria partido do suspeito que realizou a abordagem e foi preso no mesmo dia.
"Tem muita gente aí dando versão que não é verdadeira [...] eu não reagi, a gente ia sair ilesa disso tudo, mas por irresponsabilidade de um policial que não tava preparado pra tá com uma arma na cintura, aconteceu tudo isso e minha filha não está mais aqui comigo por irresponsabilidade. Não é todo mundo que tem que tá com uma arma na cintura", disse a mãe.
Dayane- que também foi atingida na perna- diz ainda que o policial estava bêbado. Na versão dela, o criminoso exigiu o celular durante a abordagem e não teria esboçado intenção de atirar. "Ele [policial] estava bêbado. Ele [policial] bebe todos os dias na porta da casa dele e reagiu. Não pensou em mim, não pensou na minha filha, não pensou em quem estava na frente do bandido. Ele [policial] atirou, não mediu esforços para defender nem eu, nem minha filha. O bandido não ia atirar, não ia fazer nada com a gente porque eu entreguei o celular. Nem arma ele tinha na cintura, só mostrou. Eu entreguei o celular. Ele [policial] veio de lá e eu pedindo pra ele não atirar e ele [policial] atirou. O primeiro tiro foi da arma dele [policial] e imediatamente atingiu minha filha. O primeiro tiro foi dele, veio dele. Foi ele [policial] quem matou minha filha. Ele tava bebendo na porta e veio querendo se amostrar, pra dizer que era policial e que estava armado e atirou na minha filha. Foi ele quem atirou na minha filha", disse a mãe.
Quase sem voz e ainda bastante abalada, Dayane Gomes ainda agradeceu as mensagens de conforto. Ela termina o vídeo em lágrimas.
"Nesse momento não tem como confortar. Tô destruída, tiraram um pedaço de mim muito grande. Não tem nem como ser confortada nesse momento. Agradeço desde já a todo mundo", disse a mãe.
Pelas redes sociais, ela- que é mãe solo e tem três filhos- está impossibilitada de trabalhar, devido ao abalo psicológico e o ferimento na perna, pede doações. A chave PIX é (86) 9 9503 5858 - Dayane Gomes de Sousa Dias
DHPP requisita exames
O coordenador do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) , Francisco Costa, o Baretta, diz que foram requisitados exames de local de crime e microcomparação balística para que o crime seja elucidado. "Desde quando o fato ocorreu começamos a investigar. Determinei que requisitassem esses exames e adotamos todas as medidas para dirimir as dúvidas e saber de onde partiu o projétil. Se foi do bandido ou do policial, vamos descobrir. Não podemos afirmar de onde partiu o tiro sem antes investigar. Investigação usa técnica. Independente das versões que apareceram, vamos chegar à verdade real. Lamentável a morte dessa criança", diz Baretta.
Segundo o coordenador foram designadas equipes de plantão para novas diligências no local de crime. A mãe e testemunhas já foram intimadas.
Com informações do cidadeverde