• Hospital Clinicor
  • Vamol
  • Roma

Dois aparelhos que analisam os gases da respiração das pessoas prometem ajudar a mostrar como elas podem melhorar suas dietas.

Lumen e FoodMarble, que funcionam como "bafômetros", são dispositivos de bolso que estão sendo exibidos no show de tecnologia da CES em Las Vegas, nos Estados Unidos.

PUBLICIDADE

Eles emparelham com aplicativos de smartphone que informam a seus usuários como eles digerem alimentos ou queimam calorias.

 

Mas, segundo especialistas, essa tecnologia ainda não foi devidamente validada pelos cientistas.

A Lumen arrecadou quase US$ 2 milhões no site de crowdfunding Indiegogo. A empresa projetou um produto em forma de inalador que mede os níveis de dióxido de carbono na respiração.

A empresa diz que isso fornece uma maneira de monitorar o metabolismo de uma pessoa - o conjunto de processos químicos que, entre outras coisas, converte alimentos em energia.

"Você não precisa adivinhar quanto açúcar havia naquele frango Kung Pao ou quantas calorias você queimou naquela corrida", explicou o fundador Dror Cedar.
Em vez disso, explica à BBC, o aplicativo simplesmente mostra se o usuário está queimando carboidratos ou gordura. Em seguida, sugere receitas que ajudam na queima de gordura e, com o tempo, o Lumen aprende qual dieta é mais apropriada para cada indivíduo.

Validação científica

O aparelho foi testado por centenas de usuários nos EUA, segundo Cedar.

No entanto, estudos que medem a eficácia do produto ainda não foram revisados por pesquisadores da área.

O Lumen estará à venda por US$ 299 (R$ 1.104) nos próximos meses. O aplicativo pode cobrar uma taxa de assinatura no futuro, mas será gratuito durante seu primeiro ano.

Já o FoodMarble mede os níveis de hidrogênio numa tentativa de fazer deduções sobre a saúde digestiva de quem o usa. O aparelho foi lançado em dezembro, e a empresa arrecadou US$ 1 milhão apenas com pré-encomendas, que já foram enviadas.

A fundadora Lisa Ruttledge disse à BBC que os níveis de hidrogênio na respiração podem ser um sinal de que alguém está tendo problemas em digerir uma refeição recente.

"Isso acontece porque há fermentação em seu intestino e um pouco do hidrogênio criado nesse processo é exalado", disse.

A ideia é ajudar pessoas que apresentem inchaço, dor abdominal e outros sintomas gastrointestinais a melhorarem a alimentação. Ao mostrar alimentos que resultam na produção de hidrogênio, a FoodMarble poderia auxiliar seus usuários a fazer dietas mais saudáveis.

No entanto, embora esses testes sejam usados às vezes por médicos e nutricionistas, há quem questione sua precisão.

"Há apenas pesquisa científica limitada mostrando que esses testes, quando realizados em um ambiente hospitalar, podem dizer a que alimentos você é sensível", disse Kevin Whelan, professor de dietética no King's College de Londres.

Isso acontece porque vários fatores podem influenciar na respiração - incluindo o tempo necessário para uma refeição ser digerida, que nem sempre é o mesmo.

Lisa Ruttledge disse que um dos objetivos de sua empresa é fazer com que o FoodMarble se torne o primeiro dispositivo desse tipo a ser avaliado em um estudo científico.

 

BBC News Brasil

praiaA Vibrio vulnificus, a "bactéria da praia", matou um homem de 50 anos na praia de Solís, no Uruguai, nesta segunda-feira (7), segundo o portal de notícias uruguaio TN.

De acordo com a infectologista Taís Guimarães, da Sociedade Paulista de Infectologia, essa bactéria vive apenas na água do mar, sendo mais comum em locais em que a água tenha maiores temperaturas, como na Nova Zelândia e no Golfo do México, ou por correntes marítimas mais quentes.

Embora a bactéria seja comum dentro do mar, a infectologista explica que a infecção é rara.
Taís afirma que a bactéria pode ser contraída de duas maneiras: por meio de machucado aberto em contato com a água do mar e pela ingestão de ostras contaminadas, causando diarreia.

"Os demais frutos do mar não transmitem a bactéria, já que costumam ser cozidos. Ao serem fervidos, matam a bactéria, incapacitando a transmissão da doença", explica.

Um machucado também é uma porta de entrada para a infecção. Segundo a infectologista, quando os ferimentos acontecem na praia, por exemplo, em contato com pedras ou corais, as pessoas costumam lavá-los com a própria água do mar, aumentando ainda mais a chance de infecção.
Quando a infecção ocorre por meio de ferimentos, a pessoa começa a apresentar dores progressivas, podendo passar para outros membros — se o machucado for no pé, a dor começa no local e passa para a perna, e assim por diante —, vermelhidão, inchaço e calor local.

A infecção pode, ainda necrosar a pele, tendo avanço rápido (de um a dois dias) e, se não tratado, levar à sepse e a morte dentro do mesmo período.

Thaís afirma que, ao perceber qualquer um desses sinais, a pessoa deve ser encaminhada a um médico e, no caso de estar ferida, informar ao especialista sobre o contato com a água do mar. Nesses casos, o médico deve considerar a infecção por essa bactéria.

Nos casos de machucados menores e infecção por ingestão, o tratamento é realizado com antibióticos, apresentando melhora do quadro dentro de uma semana.
Já em machucados maiores ou mais profundos, o especialista pode requisitar que o paciente seja internado e faça um exame de sangue para que seja feita a cultura da amostra e a bactéria seja isolada, sendo a única maneira de diagnóstico.

Nessas ocasiões, o paciente, além da internação, deve fazer o tratamento com antibióticos específicos, hidratação endovenosa e, se necessário, utilizar de respiração mecânica.

A infectologista afirma que, embora seja difícil prevenir a infecção, algumas das dicas para evitar o problema é cobrir o machucado quando for à praia e, se tiver o ferimento for ocasionado no local, lavar com água doce limpa, diminuindo as chances de infecção.

 

R7

Foto: Pixabay

O tamanho das porções de comida servidas em restaurantes populares contribui para o aumento da obesidade. A conclusão é de um estudo que pesou e mediu o valor calórico de uma refeição completa, em cinco países: Brasil, China, Finlândia, Gana e Índia. Excetuando a refeição chinesa, o volume calórico por prato feito (PF), como se diz no Brasil, chega a ser, em média, 33% maior do que a de um lanche de fast food (comida rápida).


O consumo das porções servidas em restaurante populares fornece entre 70% e 120% das necessidades calóricas diárias para uma mulher sedentária, cerca de 2 mil quilocalorias (kcal).

“Os profissionais da área da saúde que lidam com pessoas obesas estão muito preocupados em orientar a população para não comer fast food, mas, na hora que vai ver a refeição completa, ela também está exagerada”, afirma a pesquisadora brasileira Vivian Suen, do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP).

O trabalho, coordenado pela Tufts University e com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), foi publicado no British Medical Journal.

Na média, os fast foods ofereciam refeições com 809 calorias, enquanto as servidas à la carte (que constam do cardápio), 1.317 kcal. A pesquisadora alerta que o resultado não indica que o fast food é uma refeição mais saudável, pois não foi analisado cada nutriente, mas chama a atenção para o PF, que poderia ser uma refeição equilibrada e que, na verdade, está contribuindo para o ganho de peso.
Além da quantidade de comida oferecida pelos restaurantes em uma única refeição, também foram percebidos preparos que fazem aumentar o ganho calórico. Vivian cita como exemplo o arroz, que comumente está brilhante, indicando cozimento com excesso de óleo.

“O estudo não focou na qualidade, mas podemos dizer que tanto no aspecto quantitativo quanto no qualitativo, essa alimentação não é saudável. Precisa prestar atenção nesse prato feito, que é uma refeição completa, mas que não está sendo saudável”, alertou. Os dados mostram que 94% os pratos à la carte e 72% dos servidos em fast foods continham mais de 600 kcal, mais que o consumo energético por refeição recomendado pelo Sistema de Saúde Pública da Inglaterra (NHS).

O estudo mediu as calorias de 223 amostras de pratos populares e de 111 refeições escolhidas aleatoriamente à la carte e de fast foods de restaurantes de Ribeirão Perto (Brasil), Pequim (China), Kuopio (Finlândia), Acra (Gana) e Bangalore (Índia). Eram considerados restaurantes que ficam a um raio 25 qiuilômetros de cada centros de pesquisa.

Conforme as medições, o tradicional PF brasileiro, com arroz, feijão, frango, mandioca, salada e pão, tem 841 gramas e 1.656 kcal. O clássico ganês fufu, com carne de bode e sopa, tem 1.105 gramas e 1.151 kcal. O típico prato indiano biryani de carneiro tem 1.012 gramas e 1.463 kcal.

Organismo resiste
A obesidade é considerada uma epidemia global pela OMS. Estima-se que 1,9 bilhão de adultos tenham sobrepeso, dos quais 600 milhões estão obesos. “Diabetes, colesterol aumentado, aumento do triglicerídeos, pressão alta, tudo isso que a gente sabe que acompanha a obesidade quando ela se torna uma doença crônica”, destaca Vivian.

A pesquisadora explica que as porções exageradas têm efeito no chamado mecanismo compensatório. “São pessoas que não conseguem compensar numa refeição seguinte o que ela comeu antes. O organismo do obeso desenvolve defesas contra perda de peso." Segundo Vivian, a pessoa obesa perderia a percepção para regular a quantidade de comida necessária para a refeição subsequente.

Outro problema é que o organismo de pessoas obesas cria resistência à perda de peso. De acordo com a pesquisadora, que há casos descritos na literatura médica em que, à medida que se reduz a ingestão calórica, a pessoa em tratamento começa a gastar menos calorias. “Parece que o organismo, a partir de certo peso, tenta manter o peso que tinha antes. Ninguém sabe explicar ainda como é que isso realmente funciona.”

Vivian diz que o melhor é prevenir o ganho de peso. “Se você vai a um desses restaurantes em que a porção é excessiva, divida. Não coma tudo. E tente, dentro daquilo que existe disponível, escolher as opções mais saudáveis. Depois que a pessoa ganha peso é muito difícil perder”, recomenda a pesquisadora, que aconselha ainda mudanças no ato de comer, como mastigar devagar e dar mordidas menores na comida.

 

Agência Brasil

paoComer mais fibras ajuda a reduzir o risco de doenças cardíacas e morte, além de diabetes tipo 2 e câncer de intestino. É o que mostra uma revisão histórica publicada pela revista científica The Lancet.

O levantamento, encomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para guiar a formulação de novas diretrizes sobre a quantidade de fibras na dieta, sugere, no entanto, que a maioria das pessoas não está ingerindo quantidade suficiente do nutriente.

As fibras são carboidratos encontrados em alimentos como frutas, verduras, legumes, cereais matinais, pães e massas integrais, feijão, lentilha, grão de bico, nozes e sementes.

Elas são conhecidas por prevenir e tratar a constipação - mas seus benefícios para a saúde vão muito além.

"A evidência agora é esmagadora. É um divisor de águas, as pessoas têm que começar a fazer algo a respeito", afirmou o professor John Cummings, um dos pesquisadores, à BBC News.

Alerta para dietas low carb
Há uma preocupação de que as pessoas estejam deixando de comer fibras à medida que as dietas low carb, que restringem o consumo de carboidratos, se tornam mais populares.

"Precisamos levar a sério este estudo. Suas descobertas sugerem que, embora cada vez mais populares, qualquer dieta que recomende pouca ingestão de carboidrato deve levar em conta o custo da perda de fibras de grãos integrais", afirma Nita Forouhi, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.

"Esta pesquisa confirma que o consumo de fibras e grãos integrais são claramente importantes para a saúde no longo prazo."

Quantidade ideal
A maioria das pessoas ao redor do mundo está consumindo menos de 20g de fibra por dia.

Pesquisadores da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, e da Universidade de Dundee, na Escócia, dizem que deveríamos consumir no mínimo 25g de fibra por dia.

Esta seria, segundo eles, a quantidade "adequada" para melhorar a saúde, mas há benefícios em ingerir mais de 30g.

 

Chegar a essa quantidade, no entanto, pode não ser tão simples. Por exemplo, uma banana por si só pesa cerca de 120g, mas não é composta apenas por fibras. Tirando todos os açúcares naturais e a água, restam apenas cerca de 3g de fibras.

Como consumir 30g?
Elaine Rush, professora de nutrição da Universidade de Tecnologia de Auckland, na Nova Zelândia, preparou a lista abaixo como um exemplo de como atingir a meta diária de 25-30g de fibras:

Meia xícara de aveia em flocos: 9g de fibras
Dois Weetabix (cereal matinal de trigo integral): 3g de fibras
Uma fatia espessa de pão integral: 2g de fibras
Uma xícara de lentilhas cozidas: 4g de fibras
Uma batata cozida com casca: 2g de fibras
Meia xícara de acelga: 1g de fibras
Uma cenoura: 3g de fibras
Uma maçã com casca: 4g de fibras
"Não é fácil aumentar a (quantidade de) fibra na dieta", ela reconhece.

"É uma grande mudança para as pessoas. Um grande desafio", acrescenta Cummings.

Dicas
O NHS, serviço público de saúde do Reino Unido, oferece algumas dicas para aumentar a ingestão de fibras. Entre elas, estão:

Cozinhar batatas com casca
Substituir o pão branco, macarrão e arroz por suas versões integrais
Escolher cereais matinais ricos em fibras, como mingau de aveia
Acrescentar grão de bico, feijão ou lentilha na salada
Comer nozes ou frutas frescas na hora do lanche ou da sobremesa
Consumir pelo menos cinco porções de frutas ou verduras e legumes por dia
Qual o benefício?
Os resultados da pesquisa sugerem uma redução de 15% a 30% na mortalidade relacionada a todas as causas e doenças cardiovasculares, ao comparar pessoas que consomem mais quantidade de fibra àquelas que comem menos.

O maior consumo de alimentos ricos em fibras também foi associado a uma queda de 16% a 24% na incidência de doenças coronarianas, derrames, diabetes tipo 2 e câncer colorretal.

Após analisar 185 estudos e 58 ensaios clínicos, a revisão sugere que se mil pessoas substituírem uma dieta pobre em fibras (menos de 15g) por uma alimentação rica no nutriente (25-29g), 13 mortes e seis casos de doenças cardíacas poderiam ser evitados.

Foi o que eles observaram no decorrer dos estudos, que costumam monitorar os participantes por uma ou duas décadas.

E quanto mais fibras as pessoas comiam, melhor.

Como a fibra atua no organismo?
Costumava haver a ideia de que as fibras não tinham muita função - que o corpo humano não conseguia digeri-las.

Mas a fibra nos faz sentir saciados e afeta a forma como a gordura é absorvida no intestino delgado, além de servir de alimento para bilhões de bactérias que vivem no intestino grosso.

Funciona como uma espécie de cervejaria, em que as bactérias fermentam as fibras para produzir uma série de compostos químicos.

Isso inclui ácidos graxos de cadeia curta, que são absorvidos pelo organismo e têm efeito em todo o corpo.

"Temos esse órgão preparado para digerir fibras, que muita gente simplesmente não usa muito", diz Cummings.

 

BBC

 

Subcategorias