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O inquérito da morte da blogueira e influenciadora Samynha Silva, ocorrida neste domingo (01), por volta das 17h, na Avenida João XXIII, será presidido pela delegada Nathália Figueiredo, do Núcleo de Feminicídio do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Antes de sair do clube, Samynha Silva foi avisada de que dois homens estariam rondando sua motocicleta. Uma das amigas que estava na moto com Samya teve seu celular destruído por um dos tiros.

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"É regra que todo inquérito de morte de mulheres seja presidido pelo núcleo de feminicídio do DHPP", frisou o coordenador do DHPP, Francisco Baretta.

O delegado afirmou que as investigações já começaram e que a polícia possui um vasto material sobre o crime. "Já refizemos o caminho que a vítima fez, desde que saiu de casa, e temos todas essas informações" reitera o delegado.

Segundo o apurado pela polícia, Samynha Silva saiu de um clube localizado no bairro São João na companhia de duas amigas. Antes de sair do local, a blogueira foi informada de que dois homens estavam observando sua motocicleta.

"Ao chegar na Avenida João XXIII, a moto de Samynha foi fechada por outra motocicleta. Ela jogou a moto no chão e saiu correndo", disse o delegado.

Samynha foi perseguida pelo carona da motocicleta e alvejada com vários disparos de arma de fogo.

"Foram vários disparos, com ferimentos nos braços, pernas, costas e dois tiros na cabeça", antecipou o delegado Baretta. No local, foram apreendidas duas cápsulas de pistola 380. Celular destruído

As duas amigas ficaram caídas na Avenida e presenciaram toda a ação. Uma delas usou as redes sociais para afirmar que "não pode fazer nada, só tentar se salvar", na mesma publicação, ela mostra um aparelho de celular danificado após supostamente ter sido atingido por um disparo de arma de fogo.

"Elas não foram perseguidas e não sofreram disparos contra elas, apesar de um celular de uma delas ter sido atingido por um tiro. Mas isso ainda estamos averiguando", disse o coordenador do DHPP.

O celular de Samynha Silva foi apreendido pela polícia, que também já ouviu preliminarmente as duas amigas e outras pessoas que estavam no local do crime e que teriam presenciado o crime. O delegado Baretta acredita que em breve os suspeitos serão identificados e capturados. A delegada Nathália Figueiredo ainda não se pronunciou sobre a investigação.

Com informações do cv

Foto: reprodução redes sociais

No último sábado, 30, uma adolescente de 14 anos, que sumiu ao sair de casa na cidade de Amarante, no interior do Piauí, foi resgatada em uma residência no bairro Portal da Alegria, na zona Sul de Teresina, quase dez dias após o desaparecimento.

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Com o registro do boletim de ocorrência, a Polícia Civil do Piauí iniciou as diligências e encontraram a garota em uma casa com colchões espalhados pelo chão, muita sujeira e sem energia. A delegada Carolina Diógenes, que investiga o caso, participou do resgate e detalhou a situação do local onde a garota foi localizada. O namorado- que tem 19 anos- fugiu.

O resgate foi realizado neste sábado (30). Vídeo obtido pelo Cidadeverde.com mostra a ação policial durante o resgate. A casa estava trancada e totalmente sem energia.

"Foi um caso muito delicado e as investigações vão continuar. Teve toda uma comoção para encontrar e entregá-la de volta à família que estava desesperada. A casa estava em condições insalubres: colchão no chão, muita bagunça, sem energia. O caso continua sendo apurado porque havia presença de adultos. Só vamos saber dimensão do caso durante a investigação", explica a delegada Carolina Diógenes, titular da delegacia de Amarante.

A investigação iniciou com a Polícia Civil de Amarante e teve apoio da Diretoria de Operações de Trânsito da Secretaria de Segurança Pública e Diretoria de Inteligência da Polícia Civil.

"A Diretoria de Operações de Trânsito faz blitzen estratégicas e fomos acionados para esse caso. Enviamos uma equipe e fizemos uma série de investidas para localizá-la. A casa onde ela estava era alugada e fica próximo à residência da família do namorado. Ela estava trancada, mas não parecia que estava em cárcere. Ao que tudo indica, estava com o namorado. O fato é que ela já foi resgatada, está com a família e a Polícia Civil agora vai saber se tinha algum adulto consentindo aquela situação", explica Fernando Aragão, gerente de trânsito da Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI).

Com inforrmações do cidadeverde

Foto: divulação PC-PI

Nesta sexta-feira, 29, o Fórum Cívil e Criminal Desembargador Joaquim de Sousa Neto, em Teresina, familiares, amigos e membros de movimentos feministas se reúnem para aguardar o resultado do julgamento de Thiago Mayson da Silva. Ele é acusado de estuprar e matar a estudante de jornalismo Janaína Bezerra em uma sala de mestrado em Matemática da Universidade Federal do Piauí, campus Petrônio Portela, no dia 28 de janeiro deste ano.

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O júri ocorre na 1ª Vara do Tribunal Popular após dois adiamentos. Thiago Mayson, que está preso preventivamente, é acusado por cometer homicídio duplamente qualificado, estupro, vilipêndio de cadáver e fraude processual. Maria do Socorro Nunes, mãe de Janaína, pediu por Justiça e afirmou que revive todos os dias o momento em que recebeu a notícia da morte da filha. "Ele destruiu nossa família, acabou com o que a gente tinha. Estou aqui pedindo justiça. Estamos aguardando, não nos deixaram entrar, mas não vou sair daqui. Estou sentindo tudo de novo, o que eu senti quando vi minha filha sem vida."

Maria do Socorro também expressou sua revolta por não poder comparecer à sessão. "A gente queria assistir também, mas como não pode, só quero que tudo dê certo, que acabem logo com isso. Eu não sei mais o que dizer sofre esses adiamentos", contou. Madalena Nunes, da Frente Popular de Mulheres, questionou o motivo da família não receber autorização para assistir o julgamento, considerando um absurdo. “Era para todo mundo estar lá, pra gente observar o que está sendo dito e feito” relatou. A professora de Ciências Sociais da UFPI, Rosana Albuquerque, se juntou aos estudantes e familiares de Janaína no ato de protesto em frente ao Fórum Cível e Criminal. Ela é pesquisadora de feminicídio, feminista e participa de movimentos relacionados à violência de gênero nas universidades.

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"O caso de Janaína expôs a situação de violência que enfrentamos. Mulheres que vivem em condições de violência estão sujeitas a essa realidade", afirmou a professora. Ela também afirmou que o caso da estudante de jornalismo reflete uma cultura machista persistente, onde mulheres são culpadas por suas mortes e homens muitas vezes são protegidos.

"Ela [Janaína] foi morta dentro de uma universidade que historicamente nunca fez nada para inibir a violência de gênero, mas poderia ser em qualquer lugar, em uma casa ou via pública. A UFPI não tem um instrumento para combater violência de gênero, homofobia, transfobia, não tem nada. Quem denuncia, geralmente é constrangido, porque você está denunciando. Há muito mais rede de proteção para quem violenta do que para a mulher que denuncia”, disse.

Rosimere Farias, que acompanha a família, expressou a esperança de que o julgamento ocorra de forma rápida e que Thiago Mayson responda pelos quatro crimes pelos quais foi denunciado pelo Ministério Público. “Nós acompanhamos esse caso desde o dia em que Janaína foi morta. Estivemos lá na despedida de corpo presente de Janaína, e até agora, a Frente Popular de Mulheres está acompanhando o caso e dando assistência à família”, contou.

Dois adiamentos

O primeiro julgamento estava marcado para 17 de agosto deste ano, mas foi adiado devido à falta de quórum, causada pela ausência de 12 testemunhas da UFPI. A instituição admitiu uma falha interna na entrega das convocações aos funcionários. Depois, a data de 1º de setembro foi marcada, mas novamente adiada porque o advogado Ércio Quaresma, novo representante do réu, não compareceu à sessão. Ércio Quaresma já é conhecido por advogar em casos emblemáticos, como o da defesa do ex-goleiro Bruno, envolvido no assassinato de Elisa Samúdio em 2010.

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Foto: Ravena Lages