Desde o último domingo (9), estão em vigor as novas regras de rótulos para os alimentos no Brasil. As mudanças vão desde um selo, em forma de lupa, na parte frontal da embalagem, até a tabela nutricional, localizada na parte de trás dos produtos.

rotulos

A lupa determina se o produto tem excesso de açúcares adicionados, sódio ou gordura saturada. O objetivo é aumentar a clareza e facilitar a leitura do rótulo dos alimentos, para que os indivíduos possam fazer escolhas mais saudáveis. Porém, é preciso entender o que faz bem e o que faz mal à saúde para aprender a ler o rótulo.

A primeira questão é: se o produto tiver a lupa, não é indicado para o consumo.

"Pelo fato de ter a identificação, o consumidor já deve verificar os alimentos que são mais perigosos para a saúde. E, assim, procurar os que não têm a lupa", explica Ana Paula Bortoletto, pesquisadora do Nupens/USP (Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo). Com a criação do selo, a expectativa é de que a indústria reformule os alimentos, para, assim, escapar da temida lupa — foram usados padrões internacionais para estabelecer os critérios.

Mas a reformulação pode não ser tão boa para o consumidor; por isso, é importante reparar na tabela nutricional e verificar a quantidade dos três nutrientes que originam o selo. Se eles estiverem muito próximos do limite, também é melhor evitar.

"Se não tiver lupa, é importante olhar a lista de ingredientes, especialmente para ver se aquele produto não é ultraprocessado ou se está no limite de sódio, açúcares adicionados e gordura saturada", orienta a nutricionista Laís Amaral, integrante do Programa de Alimentos do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor).

Os limites impostos pela Anvisa são:

  • Açúcares adicionados: a partir de 15 g por 100 g (para alimentos sólidos) ou de 7,5 g por 100 ml (para alimentos líquidos);
  • Gordura saturada: a partir de 6 g para cada 100 g (para alimentos sólidos) ou de 3 g por 100 ml (para alimentos líquidos);
  • Sódio: a partir de 600 mg por 100 g (para alimentos sólidos) ou de 300 mg por 100 ml (para alimentos líquidos).

R7

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