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A variante Ômicron do coronavirus mexeu com o ritmo da pandemia no mundo. De acordo com último boletim epidemiológico da OMS (Organização Mundial da Saúde), da última quarta-feira (19), ela concentra 72% dos casos globais registrados.

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Dois estudos, um da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, e outro da Universidade de Genebra, na Suíça, descobriram que as causas da disseminação rápida da nova cepa estão ligada à capacidade do novo vírus escapar da proteção conseguida pela vacinação e por infecção prévia. Anteriormente, os cientistas creditavam a velocidade de novos infectados à liberação de grandes quantidades de vírus de pessoas doentes, o que sugeriria uma carga viral maior da Ômicron, quando comparada à variante Delta, predominante no mundo até o surgimento da nova cepa e a segunda que mais aparecem nos registros de casos usado pela OMS para elaboração do documento semanal.

Porém, em análises de testes RT-PCR de pacientes infectados com cepas diferentes, sendo a maioria Ômicron e Delta, os pesquisadores encontraram uma carga viral semelhantes em todas as amostras. Em artigo publicado na respeitada revista científica Nature, Yonatan Grad, especialista em doenças infecciosas da Harvard e coautor de um dos ensaios se surpreendeu “eu realmente não esperava ver isso”.

Reação similar de Benjamin Meyer, virologista da Universidade de Genebra, na Suíça, “naturalmente, pensaríamos que uma maior transmissibilidade deve causar uma maior carga viral."

Nos EUA, os especialistas usaram testes feitos pela NBA (Liga Norte-Americana de Basquete Profissional) que faz exames frequentes em atletas e funcionários.

Já os cientistas europeus, mediram o RNA viral e o número de partículas infecciosas em swabs coletados de um grupo de quase 150 pessoas infectadas. Mesmo com um métido mais rigorso, os resultados não tiveram diferença significativa entre as cargas virais de indivíduos vacinados infectados com Ômicron e daqueles com Delta.

Implicações no isolamento mais curto Outro achado dos estudos foi que cerca de metade das amostras seguiam com vírus infecciosos cinco dias após o primeiro teste positivo, indicando que pacientes infectados com a Ômicron mantinham a carga viral alta o suficiente para ainda transmitir a doença.

O CDC (Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos), o Ministério da Saúde do Brasil, e de diversos países diminuíram o tempo de isolamento com a nova cepa e essa decisão pode estar estimulando, ainda mais, o ritmo da pandemia.

Yonatan Grad e seus colegas ainda encontraram mais carga viral em indivíduos infectados com Ômicron do que em pessoas infectadas com Delta. “Isso significa que não é possível uma abordagem clara que sirva todos os casos”, disse ele à Nature.

As duas pesquisas foram publicadas na plataforma MedRixv, site de pré-publicação de artigos científicos sobre ciências da saúde que passarão pela revisão de pares, ou seja, outros cientistas.

R7

Foto: Pixabay