Os famosos brindes de fim de ano com bebidas alcoólicas são uma tradição em muitas famílias e rodas de amigos ao redor do mundo. Entretanto, exageros nesta época do ano podem ser cruciais para quem já tem algum comprometimento do fígado.

Segundo Paulo Bittencourt, presidente do Ibrafig (Instituto Brasileiro do Fígado), a tolerância às bebidas alcoólicas para pessoas com problemas hepáticos deve ser zero. “O consumo adequado de bebidas alcoólicas independe do tipo de bebida. O que se considera é o total de álcool ingerido. A recomendação é 45 ml de destilados, 150 ml de vinho ou lata de cerveja – até duas doses por dia para homens e uma por dia para mulheres. Mas, no caso de quem apresenta alguma doença hepática, ou mesmo gordura no fígado, o limite seguro é zero.”

A gordura no fígado, chamada de esteatose hepática, é comum principalmente entre indivíduos que estão acima do peso.

Essa condição pode ou não gerar inflamação no fígado, o que, por sua vez, é um fator de risco para o desenvolvimento de cirrose (cicatrização que distorce a estrutura do órgão e compromete a função dele), descreve o Manual MSD de Diagnóstico e Tratamento. As causas mais comuns de fígado gorduroso nos países ocidentais são:

  • Consumo abusivo de álcool • Obesidade • Anormalidades metabólicas, como resistência à insulina, como ocorre em diabéticos, e níveis elevados de gorduras no sangue (triglicerídeos e colesterol) • Uso de medicamentos, como corticoides e drogas quimioterápicas • Gravidez • Toxinas

Por raramente apresentar sintomas, a esteatose hepática é detectada normalmente em exames de rotina, como ultrassom do abdômen.

O especialista relata que, além do consumo de bebidas alcoólicas, outros fatores podem levar ao desenvolvimento de doenças hepáticas, como o sobrepeso e o sedentarismo.

“Para diagnosticar a saúde do fígado, o recomendado é que sejam feitos exames de avaliação de enzimas hepáticas, por meio da coleta de sangue, e ultrassom de abdômen”, explica.

R7