A estimativa é que 720 paradas cardíacas ocorrem todos os dias no Brasil, segundo a Socesp (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo), e a principal causa do problema são as doenças cardiovasculares, sobretudo o infarto, o AVC (acidente vascular cerebral) e a insuficiência cardíaca.
Apesar da alta incidência, o cardiologista Yuri Brasil, da Sociedade Brasileira de Cardiologia, explica que é possível evitar o problema com a realização preventiva de exames cardiológicos e a prática de hábitos saudáveis no dia a dia.
“Evitar o tabagismo, o alcoolismo e sempre incentivar a prática de alguma atividade esportiva para não manter o sedentarismo. Porém, o mais importante é sempre procurar fazer os exames de uma maneira rotineira e, caso se descubra algo precocemente, já tratar”, afirma o médico. A estimativa da Socesp também aponta que, no Brasil, apenas 2% das vítimas chegam com vida ao hospital, número muito abaixo dos 70% registrados em outros países. Segundo o cardiologista, isso ocorre porque brasileiros não são orientados com práticas de socorro para essas situações.
Ele explica que existem quatro ritmos de parada cardíaca: dois são passíveis de choque, que é quando se usa o desfibrilador, e dois não. Quando o quadro ocorre em lugares onde há desfibriladores disponíveis, a vítima pode receber o choque e voltar à circulação espontânea, o que aumenta suas chances de sobreviver.
Caso o aparelho não esteja ao alcance, o cardiologista afirma que é possível prestar os primeiros atendimentos antes da chegada do socorro. O passo inicial, segundo o médico, é verificar se a pessoa está respondendo ou não. Se não houver resposta, é preciso começar a manobra de massagem cardíaca até o resgate chegar.
“A partir daí o socorrista vai saber lidar com essa situação, mas o primeiro passo é saber identificar se uma pessoa está respondendo ou não e, se ela não estiver respondendo ou hiporresponsiva, imediatamente iniciar as manobras de ressuscitação, com algumas compressões torácicas”, explica o médico.
Os primeiros socorros são importantes porque, quando ocorre a parada cardíaca, o coração pode parar de bater ou fazer um ritmo desorganizado, impedindo o bombeamento do sangue para órgãos como o cérebro, rins e o próprio coração, aumentando as probabilidades de morte ou de sequelas.
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