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Com a alta dos preços dos alimentos, decorrente da crise econômica e sanitária causada pela pandemia de Covid-19, a insegurança alimentar se tornou uma realidade para milhões de brasileiros.

Uma pesquisa realizada pela Rede Penssan (Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional), aponta que 9% da população brasileira, cerca de 19 milhões de pessoas, passa fome atualmente. A saída para muitos é procurar alimentos com preço mais acessível, mesmo que com valor nutricional menor. O médico gastroenterologista Leandro Perandin explica que, apesar de atrativos pelo baixo custo, produtos ultraprocessados e embutidos, como salsicha, podem ser prejudiciais à saúde de quem os consome.

“O problema desses alimentos são os excessos de compostos como conservantes e sódio, que causam diversos tipos de danos ao corpo. O valor calórico desses alimentos, mesmo em pequenas quantidades, é muito alto, o que contribui para o aumento do peso”, explica Perandin.

Segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), uma a cada oito pessoas no mundo são obesas ou estão com sobrepeso, a estimativa é de que até 2025 esse número corresponda a 2,3 bilhões de pessoas. Além disso, os números também mostram que cerca de 4 milhões de pessoas morrem todos os anos em decorrência de doenças ligadas ao sobrepeso. Segundo Perandin, existem alternativas saudáveis e de baixo custo para substituir os alimentos ultraprocessados, como frutas que não são tão atrativas visualmente, que possuem grande valor nutricional.

“Para ser compatível em preço, é necessário utilizar melhor os alimentos, evitando o desperdício de partes, como folhas e talos, que são descartadas e têm grande valor nutricional. Pensando em uma ave, usar o frango como um todo, não apenas o peito e a coxa, pode fazer com que o preço seja mais interessante”, pontua o especialista. O gastroenterologista destaca que a obesidade e o sobrepeso podem causar alterações em todo o corpo, desde o esqueleto à parte emocional e autoestima.

“Por nosso corpo não ser preparado para essa sobrecarga de gordura, é possível ver alterações no esqueleto, com articulações sofrendo excesso de carga e podendo trazer doenças, acúmulo de gordura em locais como o fígado e sobrecarga cardíaca, com o coração tendo que bombear sangue para uma área muito maior”, explica.

Segundo a OMS, a obesidade pode agravar quadros de outras doenças, como a Covid-19, por estar atrelada a problemas como diabetes e hipertensão.

“Pessoas com nutrição prejudicada, podendo até mesmo ter certo grau de obesidade e desnutrição, estão vinculadas ao enfraquecimento do sistema imunológico, o que deixa o corpos mais exposto a doenças infecciosas”, explica.

R7