O PNI (Plano Nacional de Imunizações) prevê que, a partir de 15 de setembro, os estados e municípios consigam antecipar a segunda dose das vacinas contra a covid-19. De acordo com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, a previsão é que, até esta data, 100% dos adultos acima de 18 anos tenham recebido uma dose de vacina contra a covid-19, sendo assim possível acelerar a conclusão dos esquemas vacinais.
Algumas cidades, como Maceió e São Paulo, com a possibilidade de antecipação por meio da xepa das vacinas, começaram a completar os ciclos de seus moradores. O R7 conversou com especialistas para tirar todas as dúvidas sobre essa nova estratégia de vacinação do Brasil.
Quais imunizantes poderão ser antecipados e qual será o novo intervalo entre doses?
Somente as vacinas da Pfizer e da AstraZeneca terão os intervalos reduzidos de 12 semanas para 8 semanas. A CoronaVac segue com a estratégia de até 28 após a primeira aplicação.
"Vamos trazer para o intervalo de 8 semanas. Temos uma quantidade boa de Pfizer e AstraZeneca, mas, se tivermos algum problema com a AstraZeneca, pode ser 12 semanas. Só se tiver um problema de entrega, a partir da 12ª semana pode ser usada uma vacina heteróloga, no caso da Pfizer", explicou o ministro durante entrevista coletiva à imprensa no dia 25 de agosto.
Por que o Ministério da Saúde decidiu diminuir o intervalo entre as doses?
A evolução da variante Delta no Brasil e o avanço da aplicação de primeira dose foram apontados por Queiroga como os motivos para reduzir o período entre as duas aplicações.
"Em função sobretudo da Delta e da necessidade de aumentar a proteção da população, estávamos tratando de reforço de dose e da antecipação para completar os esquemas vacinais", afirmou o ministro na mesma entrevista.
Um estudo publicado pelo New England Journal of Medicine, no dia 21 de julho, apontou que duas doses da vacina anticovid da Pfizer/BioNTech ou da Oxford/AstraZeneca são mais eficazes contra a variante Delta do coronavírus Sars-CoV-2. A pesquisa se baseou em dados do Instituto de Saúde do Reino Unido no mundo real, que analisou 20 mil casos da cepa que surgiu na Índia, em outubro de 2020.
Essa redução do intervalo entre as doses é segura?
A imunologista Brianna Nicoletti, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, salienta que não há risco em reduzir o intervalo entre doses. "É seguro antecipar as doses no que diz respeito aos efeitos adversos ou a possíveis alergias. A grande vantagem é ter a maior parte da população completamente imunizada quando temos a evolução de novas variantes acontecendo e aumentando o número de casos, e eventualmente casos graves", explicou ela.
R7