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O novo coronavírus apareceu há pouco mais de um ano, mas já levou à morte pelo menos 2,6 milhões de pessoas no mundo. A ciência ainda não sabe tudo sobre o SARS-CoV-2, mas já tem o conhecimento que ele sofre mutações uma vez a cada duas semanas. Ele é mais lento que o vírus de gripe comum ou o HIV, mas é rápido o suficiente para exigir aplicação de vacinas ajustadas como reforço.

De acordo com Sharon Peacock, chefe do centro de estudos sobre o Genoma da Covid-19 (COG-UK), do Wellcome Sanger Institute, a cooperação internacional vai ser necessária na batalha "gato e rato" contra o vírus. "Sempre deveremos ter doses de reforço. A imunidade frente ao coronavírus não dura para sempre. Então, sabemos que haverá novas ondas de infecção ao longo do tempo", disse Peacock. O trabalho de cientistas e pesquisadores será tentar se antecipar ao vírus, a partir do estudo da sua evolução, e criar imunizantes que combatam as novas variantes. "Já estamos ajustando as vacinas para lidar com o que o vírus está fazendo em termos de evolução - então existem variantes que têm uma combinação de maior transmissibilidade e uma capacidade de evitar parcialmente nossa resposta imune", disse ela.

O Wellcome Sanger Institute sequenciou dois terços do total de genomas no Reino Unido, após processar 19 milhões de amostras de testes PCR em um ano. Cog-UK está sequenciando cerca de 30 mil genomas por semana - mais do que o Reino Unido costumava fazer em um ano.

As três variantes principais do coronavírus - a britânica (conhecida como B.1.1.7), a amazônica (conhecida como P.1) e a sul-africana (conhecido como B.1.351) - estão sendo estudadas detalhadamente por Peacock. A maior preocupação da cientista é com a mutação da África do Sul.

"É a mais transmissível, mas também tem uma mudança em uma mutação genética que está associada à imunidade reduzida. Então a imunidade de vacinas e de quem já teve a doença é reduzida contra essa cepa", explica Peacock.

 

Reuters