atletaUm novo estudo divulgado na quinta-feira (04) pela revista "JAMA Cardiology" nos Estados Unidos mostra que os problemas cardíacos podem ser raros em atletas profissionais após terem tido casos leves de infecção pelo coronavírus e a maioria volta a competir normalmente.

O estudo foi conduzido pelas principais ligas esportivas profissionais dos EUA, e os resultados não são definitivos, segundo os especialistas. Eles ressaltaram que serão necessárias mais pesquisas independentes.


Mas o estudo é o maior desse tipo realizado até agora e tem como objetivo examinar problemas cardíacos em potencial. O vírus SARS-CoV-2 pode causar inflamação em muitos órgãos vitais, incluindo o coração.

A pesquisa envolveu atletas profissionais de futebol, hóquei, beisebol e basquetebol masculino e feminino. Todos deram positivo para o coronavírus antes de outubro e foram submetidos a testes cardíacos recomendados por uma diretriz, num total de quase 800 desportistas.


Nenhum deles teve infecção grave e 40% tinham poucos ou nenhum sintoma, o que poderia ser esperado de um grupo de atletas saudáveis de elite com uma idade média de 25 anos de idade.

 

Quase 4% tiveram resultados anormais no teste cardíaco após a recuperação, mas as ressonâncias magnéticas subsequentes encontraram inflamação cardíaca em menos de 1%. Não se sabe se seus problemas cardíacos foram causados pelo vírus, embora os pesquisadores acreditem que seja provável.

Após cerca de três meses de baixa, todos eles puderam voltar à competição sem qualquer impedimento. Estudos anteriores em atletas universitários afetados pela doença haviam sugerido que a inflamação do coração pode ser mais comum por causa do SARS-CoV-2.

Conhecer os efeitos da covid-19 sobre os atletas, que colocam stress adicional sobre os seus corações durante as competições, é muito importante, já que a inflamação cardíaca não detectada está ligada à morte súbita.

 

Médicos e estudiosos dizem que é vital ter certeza se os possíveis danos cardíacos da Covid-19 são temporários ou duradouros, enquanto acreditam que o estudo da "JAMA Cardiology" tem vários pontos fracos, incluindo a falta de especialistas objetivos que possam interpretar os resultados.

Além disso, muitos dos desportistas não tinham testes de imagem anteriores para comparar os resultados, portanto não há como saber ao certo se as anormalidades encontradas durante o estudo estavam relacionadas com o vírus.

 

EFE

Foto: REPRODUÇÃO/FREEPIK