Um estudo publicado na revista "Nature" nesta quinta-feira (8) investigou se uma mutação detectada na proteína Spike, responsável pela entrada do novo coronavírus nas células, poderia influenciar os resultados de uma futura vacina contra a Covid-19. As evidências mostraram, pelo menos em laboratório, que a mudança genética não deverá reduzir a eficácia.
A proteína Spike é responsável pela ligação com o receptor ACE2 presente nas células, a porta de entrada para o vírus. Por isso, ela é o alvo principal de vacinas em desenvolvimento contra a doença. A Spike tem formato parecido com um espinho e fica localizada na coroa do SARS CoV-2.
Nos últimos meses, alguns estudos relataram uma mutação no código genético da proteína S. Uma única mudança de nucleotídeo - a base para a formação do RNA - ocorreu na posição 23.403 do genoma. A sequência onde ocorreu a troca está em 75% dos códigos dos coronavírus publicados no mundo até 1º de julho.
A mutação, chamada de "D614D", tem uma vantagem estrutural que poderia estar associada a um aumento da transmissibilidade e da carga viral, da transferência do código genético entre vírus e células humanas, e também na letalidade. Os pesquisadores passaram a publicar uma série de estudos questionando o efeito sobre os projetos de vacina.
G1