PFIZER
Como funciona: A vacina da Pfizer, em parceria com a BioNTech, utiliza a tecnologia de RNA mensageiro na vacina candidata contra a covid-19. A molécula de RNA é produzida em laboratório e aplicada no paciente. Essa molécula entra na célula por diferentes mecanismos e a célula terá a informação necessária para produzir uma das proteínas que compõem o vírus. Assim, o sistema imunológico identifica essa proteína como um patógeno, um corpo estranho que precisa ser combatido, e inicia uma resposta imunológica.
Prós: A grande vantagem desse tipo de vacina é que o tempo de produção do produto é menor se comparado com outras. A vacina de vírus atenuado, por exemplo, precisa ser cultivada em laboratório e depois fazer o enfraquecimento do vírus. Na vacina de mRNA o corpo faz essa produção.
Contras: Apesar desse mecanismo já ter sido provado que funciona, a tecnologia nunca foi utilizada em vacinas. O infectologista Munir Ayub, da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) explica que a eficácia da vacina pode variar de pessoa para pessoa. “Vai depender da metabolização de cada um. Nos primeiros testes, todos produziram uma boa quantidade de anticorpos, mas são poucos participantes. Agora, na fase 3 é que vamos ver se tem uma boa eficácia.” Além disso, a molécula de RNA é muito instável. A Pfizer já anunciou que suas vacinas precisarão de uma refrigeração de -70º, o que pode dificultar a distribuição.
Testes no Brasil: Os testes da vacina da Pfizer estão sendo realizados no Brasil pelos institutos Cepic (Centro Paulista de Investigação Clínica), em São Paulo e pela Instituição Obras Sociais Irmã Dulce, em Salvador. Foram, ao todo, mil voluntários divididos entre os dois Estados. A aplicação da segunda dose da vacina começou no dia 24 de agosto, ainda existem voluntários tomando a primeira e a segunda dose. As aplicações devem terminar no final de outubro, segundo informações do Cepic
OXFORD
Como funciona: A vacina desenvolvida pela Oxford, em parceria com a farmacêutica Astrazeneca, utiliza a tecnologia de adenovírus de chimpanzé. Esse vírus, além de ser atenuado e não causar doença em humano, é desconhecido para nossa espécie, gerando uma resposta imunológica melhor. Partes do coronavírus, especificamente a proteína spike, são acopladas ao adenovírus por meio de engenharia genética e ele funciona como um veículo para os fragmentos do Sars-Cov-2 capazes de gerar uma resposta imunológica.
Prós: O infectologista explica que, por ser um vírus não humano, não existe o risco de infecção, além disso, é um vírus desconhecido para o corpo o que gera uma tendência de grande produção de anticorpos.
Contras: A tecnologia utilizada é mais sofisticada, nem todos os laboratórios possuem capacidade para a produção desse tipo de vacina.
Testes no Brasil: Os testes no Brasil começaram no dia 20 de junho e estão sendo coordenados pela Unifesp (Universidade de São Paulo). A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) ampliou os testes para 10 mil pessoas no país. Os testes globais haviam sido suspensos em 8 de setembro devido a suspeita de reação adversa grave em uma voluntária no Reino Unido, mas foram retomados três dias depois no mundo todo, exceto EUA.
CORONAVAC
Como funciona: A vacina produzida pela farmacêutica chinesa Sinovac utiliza a tecnologia de vírus desativado (morto). Assim, o vírus é incapaz de infectar, mas pode produzir uma resposta imunológica.
Prós: Utiliza uma tecnologia já conhecida pelo meio científico, simples e de fácil produção. Além disso, os efeitos colaterais foram baixos, 5% dos voluntários tiveram reações leves.
Contras: Resultados preliminares mostraram que, apesar de segura, as respostas imunológicas desencadeadas pela vacina em idosos foram mais fracas do que em adultos mais jovens.
Testes no Brasil: No Brasil, os testes estão sendo realizados pelo Instituto Butantan, em São Paulo. Eles começaram no dia 20 de julho e ainda estão recebendo voluntários. O estudo prevê 13 mil voluntários distribuídos entre São Paulo, Brasília, Rio de Janeira, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná. Os participantes recebem a segunda dose 14 dias após a primeira, então algumas pessoas já receberam e estão sendo analisadas. A previsão é que os resultados preliminares saiam a partir de outubro.
JOHNSON & JOHNSON
Como funciona: A vacina produzida pela Janssen, farmacêutica da Johnson & Johnson, chama Ad26.COV2.s. Ela é composta de um adenovírus geneticamente modificado, que não possui a capacidade de se replicar. Ele será um vetor para codificar a proteína S (spike), essencial para a entrada do coronavírus nas células.
Prós: A grande vantagem dessa candidata é que essa vacina é feita em apenas uma dose, além disso, ela não necessita de refrigeração abaixo de zero, o que facilita sua distribuição. "Pode ser armazenada e permanecer estável por períodos prolongados a - 20°C por até 2 anos e entre 2-8°C por três meses. Isto a torna compatível com os canais de distribuição padrão de vacinas e não exigirá uma nova infraestrutura para chegar às pessoas", informou a empresa.
Contras: Está um pouco atrasada em relação às outras candidatas nos testes clínicos e, provavelmente, será atestada e ficará disponível depois das demais. Além disso, por utilizar adenovírus humano, pode ser que a resposta imunológica não seja tão eficaz, segundo o infectologista. “Se você já tiver anticorpos para aquele adenovírus, na hora que for injetado, seu sistema já vai matá-lo, mas ainda não se sabe, precisamos dos resultados da fase 3.”
Testes no Brasil: A Johnson anunciou no dia 23 de setembro o início da terceira fase global dos testes. No Brasil, os testes estão previstos para começarem no início de outubro em 7 mil voluntários. Eles serão realizados em 28 centros de pesquisa em São Paulo, Bahia, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
R7