Dois estudos publicados nesta quarta-feira (22) pela revista "Nature" afirmaram que o medicamento anti-malárico não é útil no tratamento da infecção pelo novo coronavírus. Em um dos artigos, não foi identificado efeito antiviral do remédio contra a Covid-19 em macacos. Já outra pesquisa não viu efeitos da cloroquina nas células pulmonares infectadas pelo vírus, em laboratório.
O dados sugerem que o medicamento não é ineficaz tanto no tratamento quanto na prevenção da doença. No estudo da "Nature" feito em primatas não humanos, infectados pelo Sars-Cov-2, a hidroxicloroquina não mostrou atividade antiviral substancial.
Segundo o estudo feito com cobaias vivas, não há eficácia do medicamento em nenhum momento da doença, seja antes da infecção (profilaxia), logo após o contato com o vírus ou em casos mais avançados da doença.
Teste em primatas
Os pesquisadores introduziram o vírus Sars-Cov-2 no organismo de 17 macacos da espécie Cynomolgus, mantidos em um laboratório francês. O estudo medicou apenas nove dos espécimes, o restante formou parte do "grupo de controle" para poder garantir a comparação dos efeitos ou não do uso do anti-malárico.
"Não conseguimos provar a atividade antiviral nem eficácia clínica no tratamento com hidroxicloroquina", escreveram os autores da pesquisa. "Nossos resultados ilustram a discrepância frequente entre os resultados do 'in vitro' (em células) e 'in vivo' (em cobaias)."
Não funciona em casos leves
Na semana passa, outro estudo publicado pela revista "Annals of Internal Medicine" apontou que a administração de hidroxicloroquina em pacientes com quadro leve de Covid-19 não se mostrou eficaz.
Cientistas da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, disseram não haver diferença significativa entre os pacientes tratados com o anti-malárico e os medicados com um placebo.
Participaram deste estudo randomizado, 491 voluntários não hospitalizados e com sintomas gripais. Eles foram divididos em dois grupos, os que receberam o medicamento e os que foram administrados com um placebo, este é o grupo controle – que garante a comparação.
G1