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No fim do mês passado, um estudo publicado na revista acadêmica “Neurology”, da Academia Americana de Neurologia, mostrava que mulheres de meia-idade têm mais chances de apresentar alterações no cérebro relacionadas à Doença de Alzheimer, mesmo quando não há sinais de mudanças no que diz respeito a raciocínio e memória. A descoberta foi feita através de exames de imagem e, para os pesquisadores, pode estar ligada ao período da pós-menopausa, quando o hormônio estrogênio deixa de ser produzido.

 

“Cerca de dois terços dos pacientes com Alzheimer são mulheres e a explicação recorrente era o fato de elas viverem mais que os homens”, afirmou Lisa Mosconi, diretora de um departamento de pós-graduação dedicado a estudos sobre o cérebro feminino, na Universidade de Cornell (EUA). “No entanto, nossos achados sugerem que fatores hormonais podem predizer quem sofrerá alterações no cérebro e a menopausa é determinante para essas mudanças”, acrescentou. Numa palestra feita em fevereiro do ano passado, a doutora já pontuava que, embora o Alzheimer remeta ao envelhecimento, esta é uma doença que começa na meia-idade – e sua prevenção depende muito de hábitos saudáveis ao longo da existência.

O estudo envolveu 85 mulheres e 36 homens, com idade em torno dos 52 anos, que não apresentavam qualquer problema cognitivo. Todos os participantes apresentavam um quadro semelhante de pressão arterial, assim como desempenho similar em testes de raciocínio e memória. O grupo se submeteu a ressonâncias magnéticas e pet scans, para detectar a presença de placas beta-amiloides no cérebro, um biomarcador associado ao Alzheimer. Foram comparados diversos aspectos da saúde do órgão: o volume de massa cinzenta e de massa branca, o nível de placas beta-amiloides e a taxa de metabolismo de glicose, que indica seu grau de atividade. As mulheres tiveram piores indicadores que os homens em todos os quesitos.

“Nossa investigação, particularmente a perda de massa cinzenta, sugere que a queda do nível de estrogênio durante e após a menopausa aumenta o risco de Alzheimer para as mulheres”, explicou a pesquisadora, que também é autora dos livros “Brain food” (“Comida para o cérebro”) e “The XX brain” (“O cérebro feminino”). A investigação se restringiu a um pequeno grupo saudável e está apenas começando. Entretanto, pode indicar um caminho de prevenção para uma das enfermidades que mais nos assusta.

 

G1