Um grupo de 239 cientistas alertam que partículas do novo coronavírus (Sars-CoV-2) suspensas no ar podem infectar pessoas, informou o jornal "The New York Times", dos Estados Unidos. Segundo os especialistas, o risco é maior em ambientes fechados.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), que mantém a posição de que o coronavírus causador da Covid-19 se espalha principalmente por gotículas respiratórias maiores, como em tosses e espirros, informou ao G1 que está revisando as informações dos cientistas publicadas no jornal americano.
"Estamos cientes do artigo e estamos revisando seu conteúdo com nossos especialistas técnicos", afirmou em nota a OMS.
Estudos anteriores já demonstraram a possibilidade de transmissão do vírus mesmo em aerossóis ainda menores, que ficam suspensos por horas no ar.
No mais recente comunicado sobre o novo coronavírus publicado pela OMS, o organismo insiste que os estudos feitos na China não evidenciaram esse tipo de transmissão, por partículas virais suspensas no ar. Porém, os cientistas contestam essa versão.
Segundo a reportagem, a conclusão significaria que diversos estabelecimentos, inclusive escolas, precisariam garantir bons sistemas de ventilação e filtros de ar poderosos para abrir durante a pandemia, além da necessidade do uso de máscaras — medidas já adotadas em algumas empresas ou por certos governos. O jornal também sugere que luzes ultravioletas podem ser utilizadas para matar partículas virais flutuando nesses espaços fechados.
A médica Linsey Marr, especialista em transmissão aérea de vírus pela universidade Virginia Tech, explica que cientistas ainda não conseguiram cultivar o Sars-CoV-2 em aerossóis em laboratórios — o que não significa que as partículas do vírus suspensas no ar não sejam infecciosas.
Segundo a cientista, na maioria dos prédios têm uma taxa de circulação de ar muito menor do que em hospitais, por exemplo. Isso significa que o vírus se acumula no ar e gera maiores riscos.
Marr afirma que esse tipo de transmissão não quer dizer que o novo coronavírus seja capaz de viajar longas distâncias com capacidade de infectar pessoas. A médica alerta, no entanto, que há risco nos chamados em contato prolongado entre pessoas e em eventos super-espalhadores, principalmente em locais fechados.
G1
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