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Um grupo de pesquisadores mexicanos desenvolveu uma vacina contra a Covid-19 através da proteína spike do vírus SARS CoV-2 (responsável pela entrada e infecção do vírus nas células). Os testes já estão sendo feitos em animais e a expectativa é que em setembro sejam iniciados em humanos, informa o site de notícias local Milenio.

Caso os testes em humanos realmente sejam realizados ainda neste ano, conforme previsto, essa seria a primeira vacina desenvolvida na América Latina a atingir tal estágio.

A pesquisa liderada por Manuel Aguilar Yáñez, do Tecnológico de Monterrey, Julio Valencia Suárez e Alejandro Carballo Amador, da Universidade Autônoma da Baixa California (UABC), chamou a atenção de outras organizações e 17 universidades e instituições de saúde, que se uniram para consolidar o projeto.

"Nosso objetivo é obter a certificação e a licença para uso generalizado (da vacina) até o final de setembro do próximo ano", disse o médico Julio Valencia, especialista em engenharia genética e biotecnologia.


Valencia ainda afirmou que o objetivo da pesquisa é produzir aproximadamente 100 milhões de doses nos próximos 15 meses. Até o final de 2021, ele vislumbra uma capacidade de 200 milhões de doses.


"A vacina funciona fornecendo às células do corpo um pequeno pedaço de informação genética, o DNA, que dará às células tudo o que é necessário para produzir pequenas quantidades de proteína a partir deste vírus, o 'spike'. Ela é exposta ao corpo para que a proteína seja detectada e uma resposta imune celular seja gerada, ou seja, células e moléculas que nosso sistema imunológico produz para neutralizar e destruir o vírus”, explicou Manuel Aguilar, líder de estratégia molecular da vacina em entrevista ao Milenio.

Os pesquisadores acreditam que a produção desta vacina tem grandes vantagens em comparação com as convencionais. Além da produção em massa e o baixo custo, a tecnologia genômica é mais segura e eficaz.

Alejandro Carballo, um dos responsáveis pela pesquisa, afirmou que a vacina está na fase pré-clínica e cerca de 60 ratos estão sendo testados na Universidade Autônoma da Baja California, além da Escola de Medicina Veterinária e Pecuária da UNAM, na Cidade do México, e da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos

"São estudos de segurança e espera-se que em cerca de 20 dias ou um mês teremos os resultados, e então saberemos se isso causa algum dano ao rato, como febre ou algumas reações, porque estamos expondo o corpo a algo estranho. É o que avaliaremos", contou Carballo, especialista em biotecnologia e bioinformática.

O projeto sem fins lucrativos vem recebendo apoio de empresas do setor e instituições públicas. Através do site o jscovid19.org, eles também recebem doações para dar prosseguimento às pesquisas.

 

G1