Cientistas na China que estudam a origem do surto do novo coronavírus disseram ter descoberto que dois tipos principais do vírus podem estar causando infecções, informou a agência Reuters.
Os pesquisadores da Escola de Ciências da Vida da Universidade de Pequim e do Instituto Pasteur de Xangai, sob alçada da Academia Chinesa de Ciências, alertaram que suas análises examinaram uma gama limitada de dados e disseram que análises de conjuntos de dados maiores são necessárias para entender melhor a evolução do vírus.
O estudo preliminar descobriu que um tipo mais agressivo do novo coronavírus associado ao surto de doença em Wuhan representava cerca de 70% das cepas analisadas, enquanto 30% estavam ligadas a um tipo menos agressivo.
A prevalência do vírus mais agressivo diminuiu após o início de janeiro de 2020, segundo os cientistas.
O sequenciamento genético de brasileiros com casos confirmados do Covid-19 também apontou tipos diferentes de vírus, segundo pesquisadores.
"Essas descobertas apoiam fortemente uma necessidade urgente de mais estudos abrangentes e imediatos que combinem dados genômicos, dados epidemiológicos e registros dos sintomas clínicos de pacientes com doença por coronavírus 2019 (Covid-19)", escreveram.
Suas descobertas foram publicadas na terça-feira (3) na National Science Review, a revista da Academia Chinesa de Ciências.
As revelações ocorrem em meio à queda de novos casos de coronavírus, após restrições impostas à segunda maior economia do mundo para impedir sua propagação, incluindo suspensões de transporte e ampliação do feriado do Ano Novo Lunar.
A China continental teve 119 novos casos confirmados de coronavírus na terça-feira, informou a Comissão Nacional de Saúde, um pouco abaixo dos 125 do dia anterior, em uma tendência de queda no número de novos casos vista a partir de meados de fevereiro.
O número total de casos na China chegou a 80.270. O número de mortes aumentou em 38, para 2.981, até 3 de março.
Com o número de novas infecções diárias no exterior agora superando novos casos na China, as autoridades chinesas começaram a buscar maneiras de controlar a propagação do vírus fora da China e se proteger contra futuros surtos.
Autoridades pediram aos chineses do exterior que desejam voltar para casa para reconsiderar seus planos de viagem, enquanto cidades em todo o país estabeleceram regras de quarentena para aqueles que entram de lugares de alto risco. Itália, Coreia do Sul e Irã se tornaram locais com alta taxa de infecção.
G1