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Fazer exercícios traz inúmeros benefícios físicos, psicológicos e sociais. Além de fortalecer o sistema imunológico e prevenir certas doenças, melhora o humor, a autoestima e a aparência física. Considerando-o do ponto de vista fisiológico, é benéfico para a saúde cardiovascular e respiratória, mas o cérebro também se beneficia durante a atividade física.

O exercício modula a liberação de neurotransmissores, células químicas responsáveis ​​pela comunicação entre os neurônios. Por outro lado, está envolvido na neurogênese, um processo pelo qual novos neurônios são regenerados e criados, promovendo a saúde do cérebro e o funcionamento cognitivo adequado.

A seguir, esses processos serão detalhados mais profundamente.


A neurogênese que ocorre no cérebro durante a atividade física
Tradicionalmente, pensava-se que o envelhecimento e certos hábitos levassem à morte neuronal. No entanto, há alguns anos, a ciência mostrou que isso não acontece dessa forma.


Observou-se que os neurônios podem ser reparados, encontrar mecanismos compensatórios e aumentar a eficácia das redes que se formam. Essa capacidade é chamada de plasticidade cerebral e é essencial para o desenvolvimento, aprendizado e recuperação de diferentes lesões.
Dentro da plasticidade cerebral, no contexto de como o cérebro muda quando nos exercitamos,um dos principais mecanismos é a neurogênese. A criação de novos neurônios não é um processo que ocorre em todas as áreas do cérebro. O hipocampo, o bulbo olfativo e a área subventricular do ventrículo lateral são as áreas em que esse fenômeno ocorre.

Na última década, os pesquisadores concentraram seus esforços em determinar quais fatores promovem a neurogênese e quais a impedem. Assim, viram queela é promovida por um ambiente enriquecido e pelo exercício físico.

Como isso acontece?
A maneira como o exercício físico afeta a neurogênese não é totalmente clara. No entanto, evidências suficientes foram encontradas de que os níveis de BDNF e VEGF aumentam após o exercício.

O BDNF, ou fator neurotrófico derivado do cérebro, e o VEGF, fator de crescimento endotelial vascular, são proteínas que favorecem a sobrevivência dos neurônios e a formação de vasos sanguíneos, respectivamente.

BDNF
Foi observado que o BDNF aumenta de 2 a 3 vezes em nosso cérebro durante a atividade física e seus níveis são restaurados aproximadamente uma hora depois. O aumento dessa proteína está relacionado a um aumento anual de 2% no volume do hipocampo, que diminui 1-2% devido ao efeito da idade.

Em resumo, o exercício físico aumenta a expressão do receptor NMDA nos neurônios do hipocampo. A ativação desses receptores aumenta os níveis de cálcio na sinapse, causando, por sua vez, a ativação de algumas vias que regulam a expressão das proteínas do BDNF.

O BDNF, por sua vez, ativa outro receptor (TrkB) que está muito presente nas células que dão origem ao hipocampo, promovendo a criação de novos neurônios.

VEGF
Embora o mecanismo que relaciona o VEGF à neurogênese não seja claro, ele tem sido relacionado à neurogênese tanto diretamente, gerando alterações nas células que dão origem aos neurônios, quanto indiretamente, aumentando o número e o perímetro dos vasos sanguíneos.

O aumento dos vasos sanguíneos e do seu perímetro favorece a melhor circulação e, portanto, a saúde celular. Dessa forma, no contexto de como o cérebro muda quando fazemos exercícios, foi observado umaumento das células progenitoras e a redução da morte celular, modulando a expressão de macrófagos (células do sistema imunológico que eliminam substâncias estranhas).


Aumento dos neurotransmissores no cérebro durante a atividade física
O exercício físico causa um aumento nos níveis de vários neurotransmissores. Por exemplo, há um aumento nas catecolaminas. As catecolaminas são neuro-hormônios que preparam o corpo para responder a situações de estresse, ameaça ou atividade física.

Dentro deste grupo estão a noradrenalina, a dopamina e a adrenalina. O aumento dessas substâncias e das endorfinas é responsável pelo fato de que, ao fazermos exercícios físicos, nos sentimos mais ativos e aumentamos o nosso bem-estar.

Há também uma diminuição no cortisol, o que faz com que o estresse diminua e, assim, reduz o efeito prejudicial que esse hormônio exerce sobre os neurônios.


Aprendizagem e funcionamento cognitivo
O processo de neurogênese e, em geral, a neuroproteção, ocorre principalmente no hipocampo. Essa região do cérebro é especializada no aprendizado espacial e na consolidação da memória de longo e curto prazo.

Assim, no contexto de como o cérebro muda durante a atividade física, foi observado em vários estudos que o exercício físico regular melhora a aprendizagem e a memória.

Além disso, parece que esse efeito, também devido à melhora do humor e redução do estresse, se estende a outras habilidades cognitivas, como velocidade de processamento, tomada de decisão e atenção seletiva. Tudo isso, em resumo, relaciona o exercício físico com uma melhora no desempenho cognitivo geral.

 

amenteemarvilhosa