O Bem Estar desta quinta-feira (19) mostrou uma história em que a medicina driblou o câncer e permitiu o nascimento de uma nova família.
A Alice Ferreira Comassetto descobriu um tumor na gravidez. Em 2008, ela enfrentou o primeiro câncer de mama. Em 2017, a doença voltou e afetou outra glândula mamária. Foram meses de quimioterapia até o tumor desaparecer.
Em 2019, embora os médicos desacreditassem, a Alice engravidou. Ela estava feliz da vida, mas com seis meses veio a má notícia: metástase no cérebro.
Grávida, ela teve que se submeter a uma cirurgia para retirar o tumor. “Foi um sucesso, o tumor estava encapsulado. Abriram, tiraram, fecharam. Eu bem, Miguel bem”.
“Uma das minhas maiores virtudes é a minha vontade de viver. Eu sempre estive com um sorriso no rosto, sempre estive disposta”, conta.
O Miguel nasceu no início de novembro, cheio de saúde. A Alice teve algumas complicações da radioterapia, mas está bem. Ela também está fazendo um tratamento preventivo com quimioterapia e está livre da doença.
A oncologista Marina Sahade explica que na mulher, a quimioterapia pode danificar os óvulos, eles ficam em uma qualidade pior, o que dificulta a fecundação. No homem, a quimioterapia diminui a quantidade de espermatozoides. A radioterapia não interfere na fertilidade, só se for feita em cima dos ovários ou testículos.
É importante lembrar que o paciente deve conversar com o médico antes do tratamento para se planejar. No caso de câncer de mama, a mulher não pode tomar hormônios.
Como preservar a fertilidade
“O fato de ter um câncer não precisa atrapalhar o sonho de ser mãe, de ser pai. Às vezes, a gente lida com pacientes jovens, que nem estão pensando nisso. Mas mesmo assim nós temos que abordar esse tema”, explica a oncologista.
Se a mulher quiser engravidar depois do câncer, ela pode congelar os óvulos antes da quimioterapia e depois, quando os médicos liberarem, é feita a fertilização.
Por causa do câncer, a mulher tem o serviço de retirada e congelamento dos óvulos em alguns hospitais do SUS, mas a fertilização deve ser paga. Ela também pode tomar uma injeção que bloqueia os hormônios e ela entra em menopausa e aumenta a chance de uma gravidez com sucesso depois.
G1