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cancermamO câncer de mama é o segundo tipo mais comum entre mulheres no mundo todo, só fica atrás do de pele não melanoma. No Brasil, são esperados 59.700 novos casos em 2019 – o que representa 29,5% dos cânceres na população feminina -, de acordo com o Inca (Instituto Nacional de Câncer). Além das complicações físicas, o diagnóstico da doença desencadeia uma série de conflitos emocionais.

A psicóloga Sônia Eustáquia diz que o primeiro impacto causado pelo conhecimento da doença é o medo da morte. “Mesmo sabendo que há tratamento, esse sentimento é despertado. Só depois de receber um prognóstico é que esse conflito vai ser amenizado”, explica. De acordo com a psicóloga, a situação gera a perda de sentido para o significado existencial da paciente.

 

Outro temor constante é causado pela possibilidade de perder a mama. Quando a mastectomia precisa ser realizada, a autoestima é diretamente afetada e fica inibida. “O corpo sofre a mudança, mas também existe um impacto psicológico muito grande porque está tudo interligado e a mama tem um valor enorme na vaidade da mulher”, aponta Sônia.

Colocar a prótese de silicone logo depois da retirada do seio ajuda a lidar com a questão da aparência, mas, ainda assim, será preciso conviver com a perda de sensibilidade na região.

A psicóloga cita uma frase que costuma ouvir de algumas pacientes: “Eu fiz uma prótese no corpo, mas não na minha cabeça”. Essa fala mostra o conflito gerado por perder uma parte do corpo pela qual havia apego emocional e, ao mesmo tempo, ter que se adaptar com o elemento externo que foi inserido em seu lugar.

Como aprender a lidar com a doença

Fazer terapia impulsiona o processo de aceitação e na mudança de comportamento em relação ao câncer de mama. De acordo com Sônia, falas derrotistas, tristeza, desânimo e pessimismo são sinais de que a pessoa precisa de ajuda.

 

As abordagem terapêutica mais adequada nesse caso é a cognitiva comportamental em conjunto com a existencial humanista, segundo ela. A psicóloga explica que a primeira possibilita entender qual a percepção da paciente sobre o câncer e ressignificar os registros da mente para que haja uma mudança de hábitos e a outra tem como foco o ser humano e a busca do sentido da vida.

O apoio familiar também tem grande influência no estado emocional da mulher. "Não deve haver o sentimento de pena nem privar a pessoa de nada", aconselha Sônia.

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Para o parceiro, a situação também é difícil, mas o ideal é conversar sobre o assunto, acompanhá-la em consultas e manter a rotina do casal, com passeios e momentos de lazer. Na questão da sexualidade, explorar outras partes do corpo além da mama e respeitar a privacidade da mulher é a melhor conduta.

 

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Foto: Freepik