O sonambulismo é um distúrbio do sono que se manifesta que costuma acontecer a partir dos sete anos. Em alguns casos pode persistir até a adolescência. O transtorno é classificado como uma parassonia, uma alteração do comportamento durante o sono.
Por uma imaturidade do sistema nervoso central, a pessoa que está na fase do sono mais profundo não-REM entra em estado de vigília e começa a fazer as coisas, como se estivesse acordado. Entretanto, tudo que faz não é lembrado depois.
O que fazer com o sonâmbulo?
Leve a pessoa de volta para a cama. Não a estimule ainda mais conversando, alerta a neurologista Andrea Bacellar. “Quanto mais estímulo, mais o evento vai se expandir”. Também não tente acordá-la. Se a pessoa estiver caminhando, pegue na mão dela e tente leva-la para a cama.
Quando tratar?
Ser sonâmbulo não é normal, mas nem sempre o tratamento é necessário. Deve-se procurar ajuda médica quando o sonambulismo é muito frequente. São raros os casos em que o sonambulismo persiste na vida adulta. Segundo a neurologista, só 10% das crianças com parassonia vão ter problema na fase adulta.
E falar à noite?
Falar à noite não é grave, explica a neurologista. Isso é um desajuste das fases do sono não-REM com a vigília. Pode acontecer quando a pessoa está cansada e dorme pouco. Não é preciso tratamento.
Síndrome das pernas inquietas
Você já ouviu falar da síndrome das pernas inquietas? É um distúrbio do sono em que a pessoa tem uma inquietação/aflição nas pernas e sente necessidade de se mexer.
A síndrome pode se manifestar pela falta de ferro e por medicações, principalmente antidepressivos. É frequente na gestação por causa da baixa de ferro e, quanto maior a idade, mais chances de ter.
Em geral, os sintomas são mais intensos à noite. Como consequência, a pessoa passa o dia sonolenta, cansada, indisposta e irritada. “Eu não conseguia dormir porque tinha uma sensação horrorosa nas pernas. Você tem a necessidade de andar, porque alivia”, conta a aposentada Vera Amaral Gama.
Os sintomas na Vera surgiram na primeira gravidez, quando ela tinha 20 anos. O filho nasceu e os sintomas sumiram... até ela engravidar de novo. “Depois que o Eduardo nasceu não passou mais. Dormia três horas e acordava com aflição”.
Foram 20 anos até um neurologista descobrir a causa. Hoje, a aposentada toma remédios indicados para o Mal de Parkinson, que controlam tremores e ajudam a melhorar essa aflição nas pernas. Assim, Vera consegue manter a vida ativa e cheia de eventos sociais.
G1
Foto: Arte/TV Globo