O acidente vascular cerebral (AVC) tem aumentado entre os jovens. Uma pesquisa feita em Joinville (SC), apontou que em dez anos, a incidência de AVC na população menor que 45 anos aumentou 62% na cidade. Esse comportamento reflete uma tendência mundial.
De acordo com o neurologista Octávio Pontes Neto, isso tem acontecido porque cada vez mais os jovens têm doenças que são fatores de risco para o AVC, como diabetes, hipertensão, obesidade e uma vida estressante. Além disso, outros fatores também podem aumentar a incidência: uso de drogas, anticoncepcionais orais e reposição hormonal.
“O AVC é mais grave em jovens. Isso porque com o tempo as artérias desenvolvem um fluxo sanguíneo colateral, ou seja, outros caminhos para transportar o sangue são criados. Quanto mais jovem, menos caminhos. Por outro lado, o cérebro jovem tem uma capacidade maior de recuperação”, explica o neurologista.
O AVC é a quarta doença que mais mata no Brasil e é a que mais causa incapacidade no mundo.
Sinais do AVC
No primeiro sintoma, o paciente deve ser levado com urgência ao hospital. Os sintomas aparecem sempre subitamente e são:
Fraqueza ou dormência de um lado do corpo
Dificuldade para falar, entender, enxergar e andar
Tontura ou falta de coordenação
Dor de cabeça explosiva, intensa
Não existe uma ordem e os sinais podem aparecer isoladamente. Lembre-se que eles ocorrem sempre de uma forma súbita, ou seja, do nada.
O pós-AVC
Atividades simples do cotidiano se tornaram desafios para o nutricionista Lincoln Viana Rodrigues. “Eu não conseguia nem falar e nem fazer atividades com o braço direito. Não conseguia ler e nem escrever”. São consequências de um AVC que ele teve aos 32 anos.
O nutricionista pesava 120 quilos, era sedentário e tinha uma rotina estressante. Apesar de ter se formado em nutrição, não comia bem. “Tinha uma alimentação rica em gordura, em alimentos rápidos”.
Logo após o AVC, o maior drama do Lincoln foi a dificuldade de leitura. Era como se todas as palavras tivessem sido escritas em um idioma desconhecido. Isso poderia afetar muito a rotina e a vida profissional dele. O tratamento foi com um método muito simples, mas eficiente: fazendo caça-palavras! “No começo não conseguia achar nada, era frustrante. Depois que você começa a achar é uma vitória”.
Ele fez fisioterapia para recuperar a coordenação motora e sessões de fonoaudiologia para melhorar a fala. Os hábitos também mudaram: a alimentação melhorou, a atividade física entrou na rotina e ele emagreceu 45 quilos!
G1