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hormonioAs mulheres que atualmente utilizam ou utilizaram recentemente contraceptivos com hormônios têm 20% mais chances de ter câncer de mama, embora o risco geral para a maioria das mulheres seja relativamente baixo. A conclusão é de um novo estudo feito com 1,8 milhão de mulheres na Dinamarca, afirma a agência Reuters.

 

Os anticoncepcionais mais antigos eram conhecidos por ter maior risco de câncer de mama, mas os médicos esperavam que as novas formulações com menos estrogênio pudessem representar risco menor.

 

As novas descobertas, relatadas no The New England Journal of Medicine, mostram que não: quanto mais tempo os produtos foram usados, maior o perigo.

 

Ainda segundo a Reuters, os pesquisadores calcularam que a contracepção hormonal produziu um caso extra de câncer de mama por cada 7.690 mulheres por ano, sendo que 140 milhões de pessoas usam anticoncepção hormonal em todo o mundo — ou cerca de 13% das mulheres de 15 a 49 anos.

 

O câncer de mama atinge cerca de 255 mil mulheres americanas a cada ano e mata aproximadamente 41 mil, de acordo com a American Cancer Society.

 

O estudo mostra que "a busca de um contraceptivo oral que não eleva o risco de câncer de mama precisa continuar", disse o médico David Hunter, da Universidade de Oxford, em entrevista a um jornal.

 

“ Além do fato de que eles fornecem um meio eficaz de contracepção e podem beneficiar as mulheres com cólicas menstruais ou sangramento menstrual anormal, o uso de contraceptivos orais está associado a reduções substanciais nos riscos de câncer de ovário, endométrio e colorretal. Na verdade, alguns cálculos sugeriram que o efeito do uso de contraceptivos orais por cinco anos ou mais provoca pequena redução no risco total de câncer ", disse Hunter.

 

Mas, à medida que as mulheres entram na faixa dos 40 anos, as alternativas não hormonais, como o DIU, podem ser melhores, afirma o especialista. A maioria dos casos de câncer de mama foi observada em mulheres que usavam contraceptivos orais em seus 40 anos.

 

"Eu não acho que alguém vai dizer parar de tomar contraceptivos orais. Isso não é necessário", disse o médico Roshni Rao, chefe de cirurgia de mama da Universidade Columbia, em Nova Iorque, que não estava envolvido com o estudo. "Mas isso mostra um risco aumentado, então, para as pessoas que não têm uma ótima razão para tomar anticoncepcionais orais, ou são passíveis de alternativas, talvez eles devam pensar sobre isso".

 

Tais alternativas incluem um DIU de cobre, preservativos ou, se as mulheres tiverem filhos, laqueadura.

 

"Existem alternativas"

O estudo analisou mulheres na Dinamarca de 15 a 49 anos que não tinham câncer, coágulos nas veias ou tratamento para a infertilidade. As mulheres foram acompanhadas por quase 11 anos, afirma a agência.

 

O aumento de 20% no risco de câncer de mama variou de acordo com a idade e do tempo em que as mulheres usaram anticoncepcionais com hormônios, incluindo pílulas, manchas contraceptivas, anéis vaginais, implantes e injeções. O risco foi 9% maior com menos de um ano de uso e 38% maior com mais de 10 anos de uso.

 

"Outra coisa que não ficou clara anteriormente é que, após a descontinuação, se você usou este produto por mais de cinco anos, o risco parece ser aumentado, mesmo após ter parado de usar ", segundo a médica Lina Morch, pesquisadora sênior do Hospital da Universidade de Copenhague, em entrevista por telefone à Reuters.

 

Por outro lado, entre as mulheres que usaram contraceptivos hormonais por períodos curtos, o risco de câncer de mama desapareceu após a interrupção do uso, disseram os pesquisadores.

 

Os DIU com hormônios também parecem representar um risco, disse Morch, "então há muitas coisas a ter em conta ao decidir que tipo de contracepção que vai usar. A contracepção em si é um benefício, claro, mas este estudo indica que vale a pena considerar alternativas, como o DIU de cobre ou métodos de barreira como os preservativos ".

 

"Se você compara isso com outros riscos, como a obesidade e o excesso de peso, há mais risco com obesidade do que se você tomar contraceptivos orais por alguns anos", disse Rao.

 

"Não há necessidade de entrar em pânico com base nesses resultados", disse Morch, "Nós não queremos que as mulheres deixem a contracepção sem ter algo diferente. E existem alternativas ".

 

R7

Thinkstock