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Manipular recibos emitidos por caixas eletrônicos, lojas e supermercados faz as pessoas terem contato com um componente químico tóxico que já foi associado a problemas de saúde. É o que conclui um estudo publicado nesta quarta-feira, 26, na revista da Associação Médica Americana (Jama).

 

 

Pesquisadores analisaram a urina de indivíduos que manusearam o papel térmico utilizado nesse tipo de impresso por duas horas seguidas sem uso de luvas. Eles apresentaram um aumento significativo de bisfenol A (BPA) na urina em relação a quem usava luvas.

 

A exposição ao BPA já foi associada a condições como infertilidade, obesidade, certos tipos de câncer e problemas desenvolvimento cerebral em crianças. A substância, presente no papel térmico, também é encontrada no revestimento interno de enlatados e em embalagens plásticas duras e transparentes - no Brasil, como em outros países, seu uso já foi banido de mamadeiras.

 

Shelley Ehrlich, do Centro Médico do Hospital Infantil de Cincinnati, nos Estados Unidos, e sua equipe recrutaram 24 voluntários que forneceram amostras de urina antes e depois de manusear - com e sem luvas - os recibos impressos. O BPA foi detectado em 100% das amostras dos indivíduos que não usaram luvas.

 

Mais estudos são necessários

 

Os pesquisadores avisam que um estudo maior é necessário para confirmar os resultados. Mas ressalta que eles são relevantes para pessoas que lidam diariamente com papéis térmicos no trabalho, como caixas de banco e de supermercado.

 

 

Um estudo mais antigo, publicado na "Nature" em 2010, já havia mostrado que o BPA presente em papéis térmicos é capaz de atravessar a pele. Na ocasião, o pesquisador Daniel Zalko, toxicologista do Instituto Francês para Pesquisa em Agricultura, alertou que o material não é a principal fonte de bisfenol A no ambiente, mas que grávidas deveriam ter mais cuidado ao manipular esses recibos, principalmente as que trabalham como caixas.

 

Uol