Existem bilhões de bactérias espalhadas por todos os cantos da casa e, se o controle não e a limpeza não forem feitos da maneira correta, elas podem trazer risco para a saúde da família. No Bem Estar desta terça-feira, 5, o infectologista Caio Rosenthal e a microbiologista Maria Tereza Destro explicaram que descobrir onde as bactérias estão é importante para combatê-las e evitar contaminações.
Segundo os especialistas, as bactérias não voam, não pulam e não andam – elas se espalham pela casa através dos animais domésticos, dos insetos e das mãos das pessoas. As mãos, aliás, são o principal veículo e, por isso, é importante mantê-las limpas durante as atividades dentro de casa, como cozinhar, por exemplo. No entanto, não adianta lavar as mãos se os botões do fogão estiverem sujos porque, ao primeiro toque, as mãos já estarão contaminadas de novo. Para deixar o fogão limpo, tirar a gordura e matar as bactérias, é preciso primeiro usar um desengordurante ou um detergente e depois um produto bactericida.
Ainda na cozinha, há o risco de bactérias na pia, que vêm dos alimentos e podem causar intoxicações alimentares e sintomas, como desarranjos intestinais e diarreias.
Para evitá-las, a dica é lavar bem as mãos e as unhas antes de manipular a comida, evitar tossir ou espirrar nos alimentos, não deixar louça suja acumulada por muito tempo e lavar as frutas da fruteira logo antes de comer. De acordo com o infectologista Caio Rosenthal, o hipoclorito de sódio é uma grande arma na higiene da pia e dos alimentos. É preciso ainda lavar frequentemente os panos que, por serem úmidos e terem restos de alimentos, podem criar colônias de bactérias. Para mantê-los limpos, a dica é deixá-los de molho em uma solução com cloro ou água sanitária.
Já no banheiro, as bactérias podem aparecer por causa do botão da descarga, como explicou o infectologista Caio Rosenthal. Segundo o médico, esse local pode estar habitado por bactérias que moram no intestino das pessoas e, para evitá-las, a principal dica é dar descarga com a tampa fechada. Afastar toalhas e banho e rosto da privada e guardar escovas de dente e fio dental em locais protegidos também são medidas eficientes.
No banheiro, podem ter também bactérias da boca, mas ao contrário das bactérias do intestino, elas não oferecem tanto perigo para a saúde – como explicaram os especialistas, ao beijar outra pessoa, por exemplo, ninguém se prejudica, o que comprova o risco pequeno. Embora menos perigosas, essas bactérias podem afetar pessoas que têm a imunidade reduzida e, por isso, também é importante controlá-las e manter a higiene especialmente na pia.
Para mostrar como os hábitos de limpeza são importantes, a repórter Natália Ariede foi até a casa da Vera e da Francisca, duas donas de casa com costumes muito diferentes. Depois de coletar amostrar das pias da cozinha e do banheiro, dos interruptores das descargas e dos botões do fogão, o resultado foi: a cozinha é mais contaminada nas duas casas. No entanto, na pia da cozinha da Francisca, foi encontrada uma bactéria diferente, chamada de pseudômona, que a princípio não oferece grandes riscos, mas pode prejudicar pessoas com imunidade baixa em ambiente hospitalar
Os especialistas falaram ainda sobre os produtos que matam as bactérias, como a água sanitária e a água fervendo. Produtos como multiuso de limpeza, do sabão em pó, saponáceo, detergente e desengordurante, por exemplo, só são eficientes contra as bactérias se houverem no rótulo a presença de substâncias como quaternário de amônio, cloro, formol ou álcool com concentração igual ou superior a 70%.
A microbiologista Maria Teresa Destro alertou ainda que é importante respeitar a quantidade indicada no rótulo – se colocar menos, pode anular a ação bactericida; se colocar mais, pode dar reação alérgica respiratória ou de pele.
G1