Fortes emoções podem provocar infarto?
Em pessoas muito estressadas, com doenças cardÃacas preexistentes ou pessoas com problemas relacionados ao coração, como obesos, diabéticos e hipertensos, existe, sim, a possibilidade de infarto relacionado a fortes emoções. O estresse causa a liberação de adrenalina no corpo, isso faz com que os vasos se contraiam, enquanto a pressão arterial e a frequência cardÃaca aumentam e isso pode levar a um infarto.
Colesterol alto é fator de risco ao infarto?
O colesterol alto é um dos fatores de risco mais importantes no surgimento da aterosclerose, formação de placas de gordura nas paredes das artérias coronárias que levam sangue, oxigênio e outros nutrientes ao coração. Essas placas diminuem a espessura das artérias, deixando-as mais estreitas, o que dificulta a passagem de sangue. Sem sangue e oxigênio, o coração não consegue funcionar como deveria, e isso gera, consequentemente, o infarto.
O perÃodo da manhã é mais relacionado à ocorrência do infarto?
A maioria dos infartos ocorrem na transição da madrugada para a manhã. Isso acontece porque é neste momento que acontece o pico de liberação de substâncias como a corticoide, necessárias para que tenhamos disposição para enfrentar o dia que está começando. Essas substâncias estão ligadas ao aumento da pressão arterial, o que é normal. Em algumas pessoas que têm predisposição este pode ser um gatilho para o infartoEm que época do ano acontecem mais infartos? A estação do ano com maior incidência de infarto é o inverno. Isso porque o frio proporciona maior espasmo coronariano, que reduz o diâmetro das artérias, que passam a levar menos sangue para o coração. Caso o paciente seja tabagista ou faça uso de dietas gordurosas, as probabilidades aumentam porque também aumentam as chances de formação de placas de gordura que entopem essas artérias.
É possÃvel ter infarto sem sentir dor?
Em mais de 70% dos pacientes, o infarto chega com uma dor tÃpica: no lado esquerdo do peito, descrita principalmente como se fosse uma facada ou em aperto, muitas das vezes com irradiação para os braços, principalmente o esquerdo, e com duração maior que 20 minutos. Mas, em alguns casos, os sintomas podem variar, desde uma dor abdominal, uma dor que se associa a ser de origem muscular ou eventualmente sintomas que não possuem correlação nenhuma aparentemente com o coração. Também é possÃvel que uma pessoa sofra um infarto e não sinta dor.
Crianças e adolescentes podem infartar?
Sim. É raro, mas crianças e adolescentes podem infartar. Geralmente, nestes casos, o mecanismo que leva ao Infarto é diferente dos adultos. Normalmente, nesses casos, o infarto acontece por causa de alguma doença sistêmica (no sistema cardiovascular) que favorece a formação de trombos no interior das coronárias ou em outros locais do corpo. Portanto, em crianças e adolescentes, não se pode aplicar os mesmos fatores de risco da população adulta.
Quem já infartou pode infartar novamente?
Uma pessoa que infartou pode ter uma vida normal, especialmente se o infarto foi bem tratado e não deixou sequelas, ou se elas forem mÃnimas. Em alguns casos, os pacientes podem enfrentar insuficiência cardÃaca pós-infarto ou outras comorbidades. Isso não significa que um acompanhamento médico regular e criterioso não seja necessário. A possibilidade de um infarto é bem maior naqueles que já infartaram no passado. Por isso a atenção a esses pacientes deve ser muito maior.
Mulheres têm menor risco de infarto?
Em 1970, a cada cinco infartos, quatro eram homens. Atualmente a cada 10 infartos, cinco 5 são mulheres. A diferença é maior quando a mulher é mais jovem, mas diminui quando ela chega na menopausa. Nesta fase da vida, ocorre uma redução da produção de hormônios femininos, que são cardioprotetores. Portanto, durante a menopausa, as mulheres possuem as mesmas probabilidades que o homem de infartar. Vale ressaltar que a reposição hormonal não devolve os efeitos cardioprotetores daqueles hormônios que eram produzidos durante o ciclo reprodutivo.
Quem já enfartou pode tomar remédio para impotência sexual?
Pode, mas com ressalvas. Medicamentos para impotência sexual podem interagir com alguns remédios normalmente receitados para cardiopatas. Portanto, antes de fazer o uso desse tipo de medicação, o melhor é conversar com um médico para receber as instruções adequadas
Uma pessoa saudável, com check-up normal, pode ser acometida por infarto?
O check-up é fundamental, porém, mesmo com todos os exames e doenças relacionadas ao infarto controladas, a pessoa não está livre de riscos. Mas as probabilidades se reduzem muito com avaliações rotineiras com o médico e com o correto combate aos fatores de risco, seja com as medicações, quando indicadas, seja combatendo o sedentarismo associado à dieta saudável.
O magro tem menos chance de enfartar que o obeso?
A obesidade é apenas um dos fatores de risco para a doença arterial coronariana e, por consequência, para o infarto. Mas apenas 30% dos infartados no Brasil estão com sobrepeso. O fato de uma pessoa ser magra não significa que ela tem menos chances de infartar.
Quem teve infarto pode praticar atividades fÃsicas intensas?
Sim. Quem já infartou pode praticar atividade fÃsica intensa, inclusive corridas de longas distâncias ou outras atividades que exigem muito esforço fÃsico. Porém, existem ressalvas. É necessário que a pessoa faça uma avaliação médica criteriosa que possa medir a capacidade fÃsica para o esporte desejado. Esta avaliação deve ser feita antes do inÃcio de qualquer atividade desse tipo.
Pessoas negras apresentam maior risco de doença cardÃaca?
R7
É verdade. Apesar de o Brasil ser uma nação multirracial e com mesclagem, a população afrodescendente possui, estatisticamente, maior incidência de hipertensão arterial e geralmente com maior grau de dificuldade de controle de seus valores.
É necessário que se faça testes para determinar a saúde do coração todo ano?
Para pessoas com qualquer sintoma que possivelmente seja de origem cardiovascular ou em pessoas que já foram acometidas por infarto, os exames anuais são fundamentais. Para quem não tem estes problemas, antes dos 40 anos, é importante ir a um cardiologista antes de dar inÃcio à prática esportiva para avaliar a condição fÃsica. A parir dos 40 anos, é necessária uma avaliação criteriosa para determinar quem necessita de avaliação anual, ou até mesmo semestral, dependendo dos fatores de risco.