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Cerca de 90% dos casos de violência contra o idoso têm suas causas na droga. Os dados são do Centro de Enfrentamento à Violência Contra a Pessoa Idosa (Cevi), referentes aos dos atendimentos realizados nos primeiros meses de 2013. E ainda: 99% das denúncias apontam um parente próximo do idoso, usuário de álcool e outras drogas, como agressor.

 

De acordo com a coordenadora do Centro, Gonçala Alves de Oliveira, o Cevi realiza uma média de 120 atendimentos por mês e conta com uma equipe multidisciplinar formada por psicólogo, assistente social e advogado. “Damos orientações sobre direitos humanos, fazemos palestras à comunidade e atendemos denuncias do Disque 100 (disque Direitos Humanos) ou pelo Disque Idosos no 0800 280 7824”.

 

Após as denúncias, a equipe realiza visitas às residências dos idosos vitimados para confirmar as ações junto ao próprio idoso, aos familiares e aos vizinhos. “Assim que recebemos uma denúncia, a equipe marca uma visita ao local e depois enviamos uma carta convocando as partes para a mediação do conflito, o que geralmente surte resultados positivos”, explica Gonçala.

 

O Cevi atua também em parceria com as Delegacias do Idoso e com o Ministério Público, recebendo famílias em conflitos, encaminhadas por esses órgãos para atendimento psicossocial ou encaminhados casos mais graves ou problemas reincidentes.

 

“O maior problema que enfrentamos é que em 99% dos casos o agressor é alguém muito próximo ou da família, geralmente filho ou neto do idoso, e que pratica abuso, principalmente abuso financeiro e psicológico, para fazer uso de álcool e outras drogas”, explica a psicóloga do Cevi, Santana Andrade.

 

Nestes casos, o idoso sente vergonha pela sua própria situação de vulnerabilidade ou medo de prestar queixa e perder o vínculo com o agressor. A denúncia é feita por outros parentes, que também se sentem vítimas da situação. “Mesmo não sendo uma delegacia, o idoso teme que o parente seja preso ou sofra alguma retaliação”, explica a psicóloga.

 

Os agressores dependentes químicos são encaminhados para tratamento em um Centro de Atenção Psicossocial para Dependentes de Álcool e outras Drogas (CAPS AD), para o Hospital do Mocambinho ou para uma comunidade terapêutica e a família passa a ser monitorada para garantir que não haja reincidência nos maus tratos. Caso não surta resultados, o agressor é encaminhado para o Ministério Público.

 

Santana reforça que a família precisa ficar atenta a sinais dados pelos idosos que estão sofrendo algum tipo de agressão, seja física, psicológica ou mesmo financeira, maus tratos ou mesmo se encontra em situação de abandono. “O primeiro sinal é o isolamento. O idoso deixa de ter vida social e passa a evitar até mesmo a presença de parentes. Vizinhos e parentes que perceberem que o idoso está sendo vítima de abandono e maus tratos também podem e devem denunciar”, diz ela.

 

O Cevi funciona de segunda a sexta, de 7h às 13h30, na Rua São Lourenço, sem número. Próximo a Maternidade Dona Evangelina Rosa.

 

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