Pesquisadores brasileiros estão desenvolvendo uma técnica que deve concorrer com a cirurgia fetal endoscópica feita na Alemanha para tratar a mielomeningocele. A principal vantagem será o uso de uma película de celulose que se adere ao defeito congênito, sem necessidade de sutura. A pesquisa está em fase experimental e várias cirurgias já foram realizadas em fetos de coelhas e ovelhas.
Segundo a médica Denise Pedreira, autora do projeto e que passou por treinamento na Alemanha, o uso da película vai reduzir o tempo da cirurgia fetal das atuais três horas para apenas uma hora. O grupo aguarda há dois anos a aprovação da Conep (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa) para testar a técnica em humanos. O estudo brasileiro começou há 14 anos, quase ao mesmo tempo que o alemão.
"Saímos praticamente juntos e eles já estão quatro anos na nossa frente. Tudo no Brasil é mais difícil e demorado", afirma Pedreira. O trabalho envolve pesquisadores do Hospital do Servidor Estadual, da Universidade Federal Fluminense e da Universidade de Taubaté. A pesquisa foi premiada e vem chamando a atenção de grupos estrangeiros.
A médica esteve quatro vezes nos EUA apresentando os resultados dos experimentos em animais e recebeu, em duas ocasiões, pesquisadores americanos no Brasil. Enquanto não sai a aprovação da Conep, ela continuará operando bebês usando a técnica endoscópica alemã, já validada naquele país. (CC).
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