É comum nesta época do ano encontrar pessoas estendidas nas areias das praias brasileiras. Em dias de céu aberto e sol forte, o índice de raio ultravioleta (IUV) chega ao nível extremo o que é muito prejudicial à saúde da pele. Maceió, assim como outras cidades do Nordeste, registra índice alto o ano inteiro, mas, este ano, já chegou a registrar IUV 13 ou até 14, numa escala que vai de 1 a 14+. Normalmente, quando há nuvens no céu, esse índice é de 6 ou 7. “Especialmente no verão, esse índice pode ser muito alto, por isso todo cuidado é pouco ao se expor ao sol”, diz Simone Sievert, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Danielli Miranda, 33 anos, estudante, passa protetor solar fator 50 no corpo e no rosto. Usa óculos e às vezes chapéu, toma quase todas as precauções, não fosse o horário em que estava exposta ao sol. Eram 13:00h quando ela deitou sobre a toalha na areia da praia para se bronzear. "Sempre fico uns minutinhos no sol e depois corro para a sombra, é só para pegar uma corzinha mesmo".
A gestora financeira Valquíria Silvia, 40, é de São Paulo, mas mora em Maceió há dois anos. Sempre que pode, ela vai à praia e diz que passa protetor fator 60 no rosto. No corpo usa um fator 15 e às vezes passa o bronzeador por cima. "Passo o óleo porque dá um brilho na pele, mas sempre passo um fator maior antes, não sei se isso está correto".
A dermatologista Maria do Socorro Ventura, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia, diz que o correto é usar no mínimo um fator 30 no corpo e nada de passar óleo depois. “Se quiser hidratar a pele, é melhor um produto que contenha hidratante na fórmula”, diz a especialista.
A amiga de Valquíria, Josefa Souza, 30, é auxiliar de vendas em São Paulo, e veio conhecer a capital alagoana. Ela diz que também passa protetor, mas não perde a oportunidade de pegar um bronze, mesmo sabendo dos riscos. "Em São Paulo não tem praia, então, quando tenho oportunidade, não deixo de tomar sol", explica.
Segundo a dermatologista Maria do Socorro Ventura, a exposição direta ao sol, principalmente das 10:00h às 16:00h, quando o IUV é mais forte, pode causar queimaduras. Mas, em longo prazo, o sol provoca envelhecimento precoce e até mesmo câncer de pele.
Os homens geralmente reclamam que os protetores são ruins de passar porque ficam grudando nos pelos. “Ninguém tem desculpa para ficar sem proteção, hoje existem produtos aerosol, em gel e diversas outras opções de protetores solares. Todos precisam se proteger, não só da exposição direta ao sol, mas também quando vão fazer esporte, pescar ou tomar banho de mar”, diz a dermatologista.
Para o grupo de estrangeiros que veio passar as férias no litoral brasileiro, o sol aqui não é brincadeira. “Todos aqui usam fator 60”, diz Antonio, que já aprendeu algumas palavras em português. E como os amigos argentinos e chilenos não estavam vermelhos, deu para acreditar que eles tomaram cuidado. Outra preocupação da dermatologista é com as crianças. Bebês com menos de 6 meses não devem ir à praia. "Não existe protetor recomendável para a pele do bebê que é tão sensível. As crianças precisam estar muito bem protegidas, já nas maiores, o protetor precisa ser passado a cada duas horas e sempre que os pequenos saírem da água", conclui a médica Maria do Socorro Ventura.
G1AL