Cientistas do Pacific Fertility Center, nos EUA e do Hewitt Fertility Centre, no Reino Unido, desenvolveram um novo tipo de tecnologia não invasiva capaz de reconhecer precisamente embriões saudáveis em uma fase mais precoce do desenvolvimento. O método, chamado de Eeva (Avaliação de Viabilidade Precoce de Embriões), pode levar a resultados mais favoráveis, bem como reduzir a exigência de implantar mais de um embrião no útero.
Segundo os pesquisadores, isso faria com que a taxa de gestações múltiplas caísse, o fator de risco mais importante no tratamento de fertilização in vitro para a mãe e a criança. O tempo que os embriões passam no ambiente do laboratório pode também diminuir com a nova tecnologia.
Os procedimentos padrão que avaliam embriões dependem de um número restrito de exames estáticos feitos em dias consecutivos. Embriões são deixadas em desenvolvimento por 5 ou 6 dias em um ambiente artificial para ver quais prosperam e são viáveis. Em seguida, os especialistas sabem quais embriões devem ser reimplantados no útero da mulher.
Tirando fotos do embrião a cada 5 minutos, o teste Eeva usa a tecnologia de lapso de tempo para acompanhar cada divisão celular que ocorre.
Com este método, quaisquer anomalias que aparecem podem ser identificadas por um programa de software durante o tempo da cultura e determinar quais os embriões podem florescer, após menos do que alguns dias no laboratório. A equipe de pesquisa analisou as previsões de viabilidade que Eeva fez no terceiro dia e as comparou com previsões feitas por procedimentos manuais padrão. Os pesquisadores testaram 298 embriões de 30 indivíduos.
A pesquisa mostrou que com um elevado grau de fiabilidade, Eeva pode prever quais embriões são mais viáveis, exibindo uma especificidade (a capacidade de reconhecer resultados negativos) de 79% e um valor preditivo positivo de 54%.
De acordo com os autores, utilizando Eeva como procedimento padrão é notavelmente mais benéfico do que utilizar apenas os procedimentos atuais.
O novo desenvolvimento tem o potencial de ser muito valioso e permitir um reconhecimento mais preciso de embriões saudáveis para serem implantados de volta no útero de uma mulher. Os pesquisadores acreditam que Eeva vai ajudar a tornar os tratamentos de fertilidade mais bem sucedidos e causar uma redução na taxa de gestações múltiplas.
"Este teste não invasivo representa um grande passo na nossa capacidade de avaliar a viabilidade de embriões. Isto significa que podemos identificar quais os embriões estão se desenvolvendo corretamente em um estágio precoce. Com mais desenvolvimento e testes, esta técnica tem o potencial para nos ajudar permitir que mais mulheres passem pela transferência individual do embrião, método mais eficaz para diminuir a taxa de gravidez múltipla", afirma o pesquisador Joe Conaghan.
Isaude