Pesquisadores do Massachusetts General Hospital, nos EUA, descobriram que é possível detectar tumores cerebrais a partir de um exame de sangue. O teste localiza pequenas esferas de gordura lançadas pelas células cancerosas na corrente sanguínea que acusam a presença da doença. As esferas, conhecidas como microvesículas, compartilham características únicas das células de câncer de onde vêm.
A pesquisa, descrita na revista Nature Medicine, mostra que o exame de sangue é capaz de encontrar tumores em ratos e em doentes humanos. Os pesquisadores afirmam que as esferas também poderiam ser usadas para monitorar a eficácia dos tratamentos.
As células, incluindo as cancerosas, não existem no isolamento. Eles unem pedaços de si em pequenas esferas de gordura que, em seguida, circulam em torno do corpo, a fim de transportar produtos e se comunicarem com outras células.
"Cerca de 30 ou 40 anos atrás, os pesquisadores notaram algo na corrente sanguínea que inicialmente parecia uma espécie de detritos ou "poeira celular". Mas recentemente tornou-se evidente que essas microvesículas lançadas pelas células do câncer abrigam os mesmos biomarcadores das células-mãe", explica o pesquisador Hakho Lee.
Nanopartículas magnéticas
Os pesquisadores decidiram verificar se as microvesículas poderiam facilitar a detecção do câncer cerebral. No entanto, essas esferas são muito pequenas e difíceis de serem notadas.
Lee e seus colegas utilizaram nanopartículas magnéticas que são projetadas para se unir a proteínas únicas em uma microvesícula de uma célula de câncer cerebral. O traço magnético das microvesículas com as nanopartículas podem, então, ser detectado.
Testes clínicos em 24 pacientes portadores de um tumor no cérebro demonstraram mais de 90% de precisão. Outras experiências com animais mostraram como tumores responderam ao tratamento.
"Estas microvesículas podem atuar como biomarcadores extremamente confiáveis. Elas são muito estáveis e abundantes e parecem extremamente sensíveis aos efeitos do tratamento. Em ambos os animais e pacientes humanos, fomos capazes de controlar a forma como o número de microvesículas relacionadas com o câncer se alterou com o tratamento. Mesmo antes de uma mudança significativa no tamanho do tumor, podemos notar redução no número de vesículas. É como se elas representassem um prenúncio de resposta ao tratamento", explica o autor sênior Ralph Weissleder.
A equipe acredita que técnicas semelhantes podem ser utilizadas para vários tipos de câncer e outras doenças.
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